Cléber do Carmo reinaugura dojô que leva o nome de Chico do Judô

Cléber do Carmo e Alessandro Puglia exibem a foto do sensei Chico do Judô © Budopress

De forma presencial e virtual, a inauguração do novo espaço da Associação Corpore Sano de Judô foi acompanhada por centenas de amigos, dirigentes e familiares de Francisco de Carvalho Filho

Por Paulo Pinto
17 de setembro 2021 / São Paulo (SP)
Mesa de honra © Budopress

Em cerimônia realizada em 1º de setembro de forma presencial e virtual, o professor kodansha Cléber do Carmo inaugurou oficialmente o novo dojô da Associação de Judô Corpore Sano, de Ribeirão Preto, batizado com o nome de Francisco de Carvalho Filho, ex-presidente da Federação Paulista de Judô (FPJudô), professor kodansha hachi-dan (8º dan), o Chico do Judô, que faleceu em fevereiro aos 71 anos.

Segundo sensei Cléber, o novo espaço da Corpore Sano abriga o maior tatami privado do Estado de São Paulo que, além das três áreas de treinamento, possui sistema de som, monitores de led, placares eletrônicos e toda a infraestrutura funcional necessária para a prática e o ensino do judô.

Faixas pretas da Corpore Sano que prestigiaram a cerimônia de reinauguração do dojô © Budopress

A cerimônia foi recheada de emoções e teve a participação virtual dos familiares do homenageado: Cláudia, Fabiana, Camila, Daniel e Francisco Neto, filhos do sensei Chico, e Márcia de Camargo, esposa do sensei Chico. Bastante emocionado, o engenheiro faixa-preta Daniel de Carvalho, falou em nome dos irmãos.

“Todos nós agradecemos muito ao sensei Cléber do Carmo e a toda a equipe da Corpore Sano pela belíssima homenagem prestada ao meu pai. Tenho plena convicção de que ele está muito feliz por esta lembrança. Todos aqui foram amigos e o conheceram muito bem. Estou ouvindo tudo o que vocês estão falando e tenho certeza de que ele deixou um legado extremamente importante para o judô do Estado de São Paulo”, afirmou Daniel de Carvalho.

Cleber do Carmo, delegado da 12ª DR e anfitrião do encontro Mogiana © Budopress

Cláudia Ferrari, primogênita da família Carvalho que há décadas reside no Canadá, também agradeceu o carinho dispensado ao pai que deixou filhos, netos e centenas de amigos prematuramente.

“Mesmo emocionada eu não poderia deixar de agradecer o carinho dedicado à memória do meu pai. Nós sempre sentimos falta da presença dele no dia a dia e principalmente nos fins de semana, pois desde jovem ele dedicou a vida ao judô. Mas pudemos ver hoje que, além da nossa família, ele formou outra, gigantesca, constituída por centenas, ou milhares de judocas que o admiravam, respeitavam e até o amavam tanto quanto nós, seus filhos. Agradeço o carinho e tenham certeza de que esta que homenagem nos deixou muito felizes e sempre será lembrada”, disse Cláudia.

Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô © Budopress

Entre os amigos que participaram virtualmente da cerimônia estavam Mário Manzatti, o fiel escudeiro que durante três décadas lutou ao lado do Chico pelos destinos da modalidade, e o jornalista ex-vice-presidente da federação, José Antônio Jantália, que ao longo de décadas esteve ao lado de Francisco de Carvalho, que fez um dos mais eloquentes e consistentes pronunciamentos em homenagem ao amigo que se foi.

“Lembro a frase do poeta gaúcho Mário Quintana: Saudade é aquilo que faz as coisas pararem no tempo. Professor Cléber e a diretoria da Corpore Sano foram muito felizes nesta iniciativa, principalmente nesse momento, quando valores morais, familiares e históricos estão sendo atacados severamente em nossa sociedade, inclusive no judô. Neste momento então, se resgata a história dessa pessoa que nós conhecemos, Francisco de Carvalho Filho, e este é um dos nossos papéis: preservar toda essa história. Então, antes de mais nada, a Corpore Sano presta esse serviço para a história do judô brasileiro, resgatando e preservando a obra que nos foi legada por Francisco de Carvalho Filho, que também nos deixou exemplos grandiosos, como a importância de criarmos uma estrutura familiar que fomente o crescimento pessoal de cada ente querido. Agradeço por terem lembrado meu nome e parabéns ao judô de São Paulo por estar preservando aquilo que nós temos de mais importante: a imagem e a memória das pessoas que precisam ficar ali, paradas no tempo, intocáveis, mexendo em lembranças que às vezes nos assolam trazendo muita saudade. Parabéns, verdadeiros amigos do judô!”

Nelson Leme foi a Ribeirão prestigiar os amigos Chico do Judô e Cleber do Carmo © Budopress

Entre os amigos que marcaram presença na cerimônia remotamente estavam grandes nomes do judô nacional, como Georgton Thome Burjar Moura Pacheco, o Ton, presidente da Federação de Judô do Estado de Tocantins (Fejet), maior defensor dos projetos que Francisco de Carvalho desenvolveu para o judô nacional; Adjaílson Fernandes Coutinho, advogado e presidente da Federação Paraibana de Judô (Fepaju); Luís Augusto Martins Teixeira, presidente da Federação Mineira de Judô (FMJ); Fernando Moimaz, presidente da Federação Mato-grossense de Judô (FMTJ); Luiz Hisashi Iwashita, ex-presidente da Federação Paraense de Judô (FPrJ); Moisés Gonzaga Penso, presidente da Federação Catarinense de Judô (FCJ); e Delfino Batista da Cunha Filho, presidente da Federação de Judô do Estado do Acre (FJEAC).

Representando a Associação de Judô de Mauá (AJM) estiveram presentes os professore Gerardo Siciliano, presidente licenciado; Reinaldo Seiko Tuha, presidente em exercício; e Jurandir de Matos, coordenador técnico.

Oswaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô © Budopress

Presencialmente, entre numerosos amigos que durante décadas cerraram fileira ao lado do sensei Chico, estavam Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Oswaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô; Erik de Ávila, diretor de Esportes de Ribeirão Preto; Nelson Leme da Silva Júnior, presidente do CREF4/SP; Tito Bonagamba, coordenador do projeto de judô na EEFERP/USP; Cristiano Roque Antunes Barreira, diretor da EEFERP/USP; Bruno Galati, conselheiro do CREF4/SP; Thamirys Cristina Souza Silva, da secretaria de Esportes, Lazer e Juventude do Estado do Rio de Janeiro; e Cléber do Carmo, delegado da 12ª DR Mogiana, coordenador da Associação de Judô Corpore Sano e idealizador da homenagem, que falou sobre a amizade, o carinho e o respeito que nutre pelo sensei Chico do Judô.

“Todos sabem que o Chico foi uma referência para mim, seja no campo político ou pessoal. Desde sempre me orientou, e estejam certos de que aprendi muito com ele sobre a gestão. Poder prestar esta homenagem a ele é o mínimo que eu poderia fazer. Gostaria que ele estivesse aqui para presenciar este momento lindo. Ele deixou um legado importantíssimo e a nossa missão agora é manter isso vivo. Agradeço a todos que estão aqui e aos familiares que permitiram esta homenagem. Estou muito feliz”, disse Cléber do Carmo.

Professores se preparam para realizar o rei final © Budopress

Também estiveram presentes os senseis Carlos Eduardo, Lucas do Carmo, Terêncio Neto e Katia Guilhermino, que fazem parte do time Corpore Sano, e mais de 50 faixas-pretas formados pela associação ao longo de 29 anos.

Após cumprimentar familiares e amigos que participaram da cerimônia, o professor Alessandro Panitz Puglia agradeceu o convite feito pelo colega dirigente pela grandeza do ato

Faixas pretas fazem o rei final © Budopress

“É uma honra poder estar aqui com todos vocês reverenciando um amigo tão importante quanto o Chico, que dispensa maiores comentários sobre o que ele representa para o judô de São Paulo e do Brasil. Convivi com o Chico desde os meus 11 anos, e acompanhei sua gestão desde a época em que ele era delegado regional do ABC. Indubitavelmente, ele é e será por muitos anos um dos maiores ícones da nossa modalidade. Agradeço e parabenizo o sensei Cléber por este ato de gratidão ao legado deixado pelo nosso querido amigo Chico do Judô.”

Lembrando que o dojô é a extensão da casa de todos praticantes, Nelson Leme iniciou sua fala informando que não havia ido a Ribeirão Preto como representante do Conselho Regional de Educação Física de São Paulo, e sim como um judoca faixa preta que fez questão de homenagear um dos maiores judocas que havia conhecido.

Professores Hatiro Ogawa, Bruno Galati, Cléber do Carmo, Nelson Leme e Alessandro Puglia © Budopress

“O Chico foi uma pessoa muito especial em minha vida. Iniciei o judô aos 4 anos no dojô do sensei Mubarac em Rio Claro, mas só fui obter a minha faixa preta graças aos esforços do professor Chico, no final de 2019, no que pese eu jamais ter focado este objetivo. Mas num belo dia o Chico disse: por toda a sua obra e empenho você merece ser faixa-preta – e um ano depois eu estava sendo outorgado com o meu sho-dan que recebi das mãos dos senseis Puglia e Danys Queirós, do Piauí, em evento grandioso promovido pela FPJudô. Tenho certeza absoluta de que esse gigante dos tatamis será honrado neste dojô e isso me deixa muito feliz. Juntos desenvolvemos projetos consolidados e tínhamos a ambição de levá-lo à presidência da CBJ. Mesmo sem a presença dele, tenho certeza de que iremos mudar a cara do judô brasileiro.”

O último pronunciamento foi feito pelo professor kodansha hachi-dan (8º dan) Oswaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô, que falou da emoção em participar da grande homenagem.

Faixas pretas e professores que marcaram presença no encontro © Budopress

“O Chico exerceu uma influência muito grande sobre o judô nacional, e sua obra será lembrada por muitos anos. Todos aqui destacaram os principais pontos da atuação do Chico à frente da federação paulista. Quero, portanto, parabenizar o sensei Cléber por esta importante iniciativa que nos encheu de alegria e, em nome dos amigos da Associação de Judô Mauá e dos filiados do Hombu Dojô Budokan, quero agradecer esta homenagem tão importante para todos os judocas que tiveram o prazer de conviver a aprender com o professor Francisco de Carvalho.”

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