Nelson Leme enfatizou que a FPJudô tem demonstrado sempre, e por meio de todas as suas ações, a importância que dá à parceria com o CRE4/SP © FPJCOM
Programa que visa à formação de técnicos e professores de judô, estimulando a preparação dos futuros profissionais na Educação Física, teve a sua primeira aula oficial
Por Paulo Pinto / Global Sports
9 de setembro de 2022 / São Paulo (SP)
O lançamento oficial do Projeto Keisei No Michi – Caminhos da formação – o Judô Transformando Vidas, criado pela Federação Paulista de Judô (FPJudô) e chancelado pelo Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP), ocorreu na sexta-feira (2), no Plenário Juscelino Kubistchek do CREF4/SP, com aula magna e cerimônia de abertura.
O curso para instrutores integra um projeto inédito que visa a combinar todo o conhecimento transmitido pelo shihan Jigoro Kano (1860/1938), criador do judô Kodokan, com modernos conceitos acadêmicos educacionais.
Participaram do lançamento membros da diretoria das duas entidades, conselheiros e delegados do CREF4/SP, delegados da FPJudô eintegrantes da comissão especial de lutas do CREF4/SP e da comissão científica da FPJudô, além de professores do curso e autoridades políticas de vários municípios paulistas que veem no judô um caminho socioeducativo.
Durante a solenidade, aberta pelo mestre de cerimônias Mauzler Paulinetti, evidenciou-se que o Keisei No Michi é um projeto focado nos praticantes de judô que buscam o fortalecimento do conhecimento, a profissionalização e a empregabilidade no campo do esporte.
A mesa de honra reuniu Nelson Leme da Silva Junior, presidente do CREF4/SP; Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Geraldo Luís Pedroso, secretário de Esporte de Itapecerica da Serra; Abílio Kouzmin de Oliveira, diretor de Esporte e Lazer de Jandira; Milton Marques Antunes Silva, vereador de Lavínia pelo DEM; Gilberto Tadeu de Freitas, vereador de Mairiporã pela União Brasil; e Osvaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô e o judoca mais graduado na cerimônia.
Após a execução do Hino Nacional fez-se um minuto de silêncio pelo passamento do professor de judô Luiz Carlos Mubarak, renomado sensei da cidade de Rio Claro (SP).
O professor Nelson Leme falou da ansiedade pelo início do projeto que estabelecerá um marco no relacionamento entre a FPJudô e o CREF4/SP. “Estou muito feliz, mas confesso que estava bastante ansioso para mostrar aos Profissionais de Educação Física, aos praticantes de judô e a todos aqueles que acreditam no que fazemos que este nosso projeto avançou e se concretizou. Nada mais importante que mostrar nesta aula magna a importância da nossa parceria. Quero parabenizar os professores Puglia e Hatiro, os secretários municipais e vereadores aqui presentes, os conselheiros e meu amigo de longa data, professor Alexandre Drigo. Para coroar uma trajetória diferenciada no CRE4/SP, ele nos apresenta aqui, hoje, esta iniciativa que carrega em seu conteúdo uma nova proposta de ação e contribuição do nosso conselho, à sociedade.”
Leme enfatizou que a FPJudô tem demonstrado sempre, e por meio de todas as suas ações, a importância que dá à parceria com o Conselho Regional de Educação Física. “É muito importante que todos os Profissionais de Educação Física saibam que o CREF4 quer sim fazer parcerias, mostrar à sociedade ao que viemos, mas com parceiros sólidos, honrados que trabalhem para a profissão. E é isso que nós temos com a Federação Paulista de Judô.”
O dirigente assegurou que a FPJudô faz um trabalho estupendo, e lembrou que nada é mais importante do que consolidar uma parceria fundamentada nas questões científicas. “Nós não podemos mais ficar à mercê de empirismos. O embasamento científico é determinante em nosso meio. É com muita alegria que passo a palavra Alessandro Puglia, para dar andamento a esta cerimônia e a este projeto, o qual considero o mais importante desde a minha entrada neste conselho em 2009. Não vi até hoje nenhuma parceria com esta relevância.”
O presidente da FPJudô agradeceu ao CREF4/SP pela parceria que elevará o judô paulista a um novo patamar. E lembrou que existiu um grupo na década de 1990 que já se preocupava com o futuro do judô. “Nós precisamos de história, não adianta olharmos para frente se não temos experiência para mostrar. Eu quero dizer ao Nelson que essa nossa parceria foi muito trabalhada, quero agradecer ao Drigo, ao Ikeda, à comissão de lutas, porque nós estamos estabelecendo agora um futuro para os nossos profissionais do judô.”
Puglia informou ainda que há pelo menos um professor de cada uma das 16 delegacias regionais da FPJudô inscrito no curso, o que demonstra a realidade da formação de profissionais da área do judô. “Nós vamos dar todo o suporte para esses profissionais daqui para frente, em qualquer local em que estejam trabalhando”, anunciou. “É muito importante que o poder público se sensibilize para este trabalho que está sendo feito hoje, porque ele com certeza vai render frutos em breve.”
Após os dois pronunciamentos, o secretário-geral da FPJudô, Arnaldo Queiroz, deu boas-vindas aos alunos e apresentou o professor doutor Alexandre Janotta Drigo, diretor do Projeto Keisei No Michi, para proferir a aula de abertura do curso de formação de instrutores, que começa com 100 vagas.
“É uma satisfação poder falar sobre este trabalho conjunto”, declarou Queiroz. “Vamos ver se nós aqui conseguimos falar em parceria e eu tenho certeza de que isso acontecerá entre o CREF e a Federação Paulista de Judô. O trabalho conjunto vem de gestões anteriores na federação, desde o presidente Hatiro Ogawa. Os presidentes Nelson Leme e Alessandro Puglia tiveram muita coragem, e executaram um trabalho que ninguém vê, que é o planejamento financeiro, a programação das aulas, a escolha dos participantes, a forma de divulgação. Há muitas pessoas envolvidas para que se chegue ao resultado final.”
Ao falar sobre o grupo disciplinar que elaborou o projeto, o secretário-geral da FPJudô destacou a liderança do professor Drigo e a assessoria do mestre Fernando Ikeda, um jovem de muito talento e que tem muito a oferecer. Falou também do professor faixa preta Marcelo Fugimoto, marqueteiro que mostrou como colocar um produto de pé.
“Nós despertamos o interesse de mais de 600 pessoas, das quais cerca de 300 fizeram a pré-inscrição e 200 foram avaliadas para fazer o curso. Vamos fechar com uma turma por volta de 70 alunos, o que é um sucesso absoluto. Então, eu só gostaria de enfatizar que ninguém faz nada sozinho e que nós temos um grupo de trabalho que nos honra demais.”
Na aula magna, cujo título foi Caminhos da formação – o judô transformando vidas, o professor doutor Alexandre Drigo lembrou da difícil relação entre os esportes de lutas e as universidades, fato que o projeto busca harmonizar. Em sua fala, trouxe à lembrança dois ícones do judô e da educação física, os professores doutores Mateus Sugizaki e José Maria de Camargo Barros.
Sugizaki, além de grandes feitos no esporte, destacou-se por ter sido o primeiro brasileiro a conquistar um título mundial de judô (campeão mundial universitário em 1968). Foi também responsável por introduzir o sistema de formação de faixas-pretas, valorizando o conhecimento, além do caráter prático, introduzindo elementos teóricos como história e filosofia do judô, terminologia e educação física infantil no processo.
Camargo Barros foi mencionado por Drigo para lembrar as características que um bom profissional deve ter, destacando a necessidade de atualização e importância de ser reconhecido pelos seus alunos como um grande professor.
Por fim, Drigo falou da necessidade de o profissional ser altruísta, ou seja, prestar o melhor serviço possível, atualizar-se sempre e manter o padrão mais alto de dedicação. “Assim como os saudosos mestres Mateus e José Maria, teremos como prêmio ser lembrados como bons exemplos.”
