Henrique Guimarães comandará o judô paulista no próximo quadriênio © FPJCOM
Na noite desta segunda-feira (30), a assembleia geral ordinária da Federação Paulista de Judô elegeu a diretoria que vai comandar a entidade no próximo quadriênio. O medalhista olímpico Henrique Carlos Serra Azul Guimarães, eleito presidente, destacou em sua primeira entrevista que o planejamento para 2025 começa já.
“Vamos nos reunir com os vice-presidentes para alinhar as ações futuras. Como o calendário esportivo deste ano já está quase no fim, vamos tratar das medidas a serem implementadas a partir de 2025.”
Ao ser questionado sobre as inovações propostas pela chapa Avança Judô, Henrique foi claro ao mencionar a importância de uma governança eficiente com foco na transparência.
“Nosso objetivo é garantir uma governança corporativa sólida, adequando a FPJudô aos certificados e controles administrativos necessários para atuarmos de forma ética e transparente. Aliás, a transparência já faz parte da gestão atual, e continuamos com esse compromisso. Na área competitiva, vamos nos reunir com o departamento técnico para planejar os eventos do próximo ano e já estamos buscando parcerias com prefeituras para garantir estruturas adequadas para nossos certames.”
“Fui eleito para representar um grupo de gestores, e tenho enorme responsabilidade com a comunidade.”
Henrique também reconheceu os desafios trazidos pelo período de intervenção, mas enfatizou que a nova gestão trabalhará para potencializar ainda mais a confiança entre as agremiações filiadas.
“O que aconteceu faz parte do passado. Nós vencemos e já viramos essa página, sem deixar de reconhecer que o sensei Chico deixou um legado importantíssimo para o judô paulista e nacional. A confiança no nosso grupo nunca foi abalada, e os votos que recebemos comprovam isso. Nossa administração será pautada pela transparência e pelo cumprimento das normas de governança. Eu não estou sozinho nessa empreitada. Fui eleito para representar um grupo de gestores, e tenho enorme responsabilidade com a comunidade. Contamos com delegados regionais que conhecem as realidades locais, o que nos permite minimizar distâncias e, principalmente, mitigar as diferenças estruturais e sociais entre as regiões de São Paulo, um Estado que abrange 645 municípios.”
Henrique Guimarães destacou que um dos maiores desafios da nova gestão será massificar e pulverizar ainda mais a modalidade, retomar o acesso às leis de incentivo e dar visibilidade aos projetos sociais que têm menos recursos e oportunidades, os quais ele chama de “projetos sociais invisíveis”.
“Um ponto muito importante é que a assembleia geral ordinária realizada hoje permitirá que voltemos a ter acesso às leis de incentivo federal, estadual e municipal, o que certamente promoverá grande avanço na obtenção de recursos para investirmos na infraestrutura das nossas 16 delegacias regionais. Isso resultará na realização de eventos melhores e mais ágeis.”
“Avalio que a FPJudô deve lançar um olhar mais inclusivo para os projetos sociais, porque o retorno social e institucional para a federação tende a ser gigantesco.”
“Muitas vezes nos perguntamos quantos projetos sociais estão filiados à federação, e não temos uma resposta clara. Por isso, vamos criar um departamento específico para acolher e assessorar essas iniciativas, oferecendo ferramentas para que os professores ganhem visibilidade. Vamos ajudá-los na formalização e na criação de estatutos e oferecer suporte para que, no futuro, possam acessar leis de incentivo que alavanquem suas ações. Avalio que este é um nicho importantíssimo, que poderá inserir milhares de novos judocas no ambiente e no circuito federativo”, afirmou Henrique.
Com experiência pessoal nesse tipo de trabalho, Henrique Guimarães acrescentou: “Eu mesmo estou à frente de um empreendimento na Cidade Tiradentes, e só eu sei as dificuldades que enfrento para mantê-lo. E olha que tenho conhecimento em todas as esferas, da iniciação ao alto rendimento. Mesmo assim, encontro grandes dificuldades para gerir o projeto, cujas demandas são enormes. Por isso, avalio que a FPJudô deve lançar um olhar mais inclusivo para os projetos sociais, porque o retorno social e institucional para a federação tende a ser gigantesco.”
Henrique Guimarães encerrou a entrevista explicando que um dos pilares da nova gestão será a criação de conselhos gestores e consultivos, para garantir que todos sejam ouvidos. “Dar voz a todos não significa que tudo será feito conforme cada sugestão individual, mas acredito que, para aprimorarmos e executarmos as ações necessárias, devemos pensar no coletivo. Não posso gerir apenas com base em uma opinião pessoal e impor o que acho que deve ser feito. Se a sugestão for boa e agregar valor, com certeza a FPJudô abraçará a ideia.”
O medalhista olímpico também ressaltou que as decisões serão tomadas em conjunto e com responsabilidade compartilhada. “Vamos criar conselhos justamente para ter uma ferramenta de gestão que estabeleça consenso entre os envolvidos. Não serei só eu a tomar as decisões; claro, eu assino, mas é fundamental ouvir as pessoas e dividir as responsabilidades. Acredito que esse é o caminho para uma gestão integrada e eficiente.”