São Paulo vence campeonato Brasileiro da Região V com 153 medalhas

Com o ouro conquistado em Curitiba, Ernane Neves é o número 2 do 66kg do ranking nacional © Anderson Neves

Seleções do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo mostram que o judô voltou com força total no brasileiro regional disputado em Curitiba

Por Paulo Pinto / FPJudô
14 de abril de 2022 / Curitiba (PR)

De 8 a 10 de abril a Federação Paranaense de Judô promoveu o Campeonato Brasileiro da Região V, envolvendo disputas nas classes sub 13, sub 15, sub 18, sub 21 e sênior nas categorias feminina e masculina. A competição realizou-se no Ginásio de Esportes Professor Almir Nelson de Almeida, conhecido como Ginásio do Tarumã.

Autoridades políticas e esportivas na cerimônia de abertura © Bárbara Lemos / Global Sports

Lá se juntaram 739 atletas que há dois anos aguardavam ansiosamente uma oportunidade concreta para subir ao shiai-jô e mostrar tudo aquilo que aprenderam no dojô. E o que vimos foi realmente fantástico, com uma garotada mostrando muita garra e determinação e produzindo uma explosão de ippons.

Em seu primeiro confronto, Júlia Medeiros Bacan Carvalho Quintino (SP) joga Eduarda Deluque Gasparetto (SC) de Ippon © Bárbara Lemos / Global Sports

Por tratar-se de uma disputa pós-pandemia envolvendo a base e o sênior, esta edição do Campeonato Brasileiro da Região V pode ser facilmente avaliada como um símbolo, uma referência, por marcar o reencontro de várias gerações do judô – atletas renomados e medalhistas olímpicos que hoje trabalham na área técnica, árbitros FIJ A que já atuaram nos principais eventos mundiais e Olimpíadas, dirigentes que assumiram cargos recentemente e ex-dirigentes que hoje se dedicam à arbitragem ou a outros segmentos. Judocas que, em comum, mostraram a alegria por voltar a fazer aquilo de que mais gostam.

Helder Marcos Faggion, presidente da FPrJ em seu pronunciamento © Bárbara Lemos / Global Sports

Não podemos aquilatar como foram ou serão os campeonatos brasileiros realizados nas demais regiões, mas em Curitiba até o clima temperado ameno e extremamente agradável agregou qualidade e leveza a um certame que indubitavelmente foi um marco para todos os atletas da base que estrearam ou retornaram ao shiai-jô nesta competição.

O belo ippon de Vinícius Ardina (SP) em João Neto (PR) © Imprensa FPrJ

Volta definitiva aos tatamis

A cerimônia de abertura foi conduzida pelos presidentes das quatro federações representadas: Luiz Bayard Martins dos Santos, do Rio Grande do Sul; Moisés Gonzaga Penso, de Santa Catarina; Alessandro Panitz Puglia, de São Paulo; e Helder Marcos Faggion, do Paraná, o grande anfitrião do certame.

Clésio Prado, representante da Secretaria de Estado da Educação e Esporte © Bárbara Lemos / Global Sports

Completaram a mesa de honra autoridades políticas e esportivas como Carlos Eduardo Pijak, secretário municipal de Esportes de Curitiba; Marcelo Hagebook, representando Gustavo Chaves Brandão, presidente do CREF9/PR; Clésio Prado, representante da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná (Seed-PR); Adriana Schier, presidente do Conselho de Ética da CBJ; Helton Stais, diretor de Esportes de Curitiba; Guilherme Schlichta, diretor de Incentivo ao Esporte de Curitiba; e Sotaro Higaki, vice-cônsul cultural do Japão.

O ipponzaço de Raissa Lima (SP) em Isabelle Carvalho (RS) nas quartas de final do meio-pesado do sub 18 © Anderson Neves

Em seu depoimento, Helder Faggion comemorou a volta dos eventos presenciais e agradeceu aos atletas, dirigentes e árbitros que foram a Curitiba e enriqueceram a qualidade do certame.

Carlos Eduardo Pijak Júnior, secretário municipal de Esportes de Curitiba © Bárbara Lemos / Global Sports

“É um grande prazer recebê-los em nossa cidade para mais uma competição que vale pontos para o ranking nacional. Na pessoa do governador Carlos Massa Júnior, faço um agradecimento especial ao governo do Estado do Paraná, que mais uma vez prestou apoio ao nosso evento. Agradecemos também ao prefeito Rafael Greca, que por meio da Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude prestou grande auxílio na realização desta competição.” Por fim, elogiou o trabalho das equipes da CBJ e da FPrJ na organização do evento.

Além de possuir muita técnica, o peso leve gaúcho, Claiton Faria é outro expoente do sub 18 masculino © Bárbara Lemos / Global Sports

Também fizeram uso da palavra Clésio Prado, representante da Secretaria de Estado da Educação e Esporte, e Carlos Eduardo Pijak Júnior, secretário municipal de Esportes. Ambos destacaram a importância socioeducativa do judô e dos projetos socioesportivos desenvolvidos pelos governos municipal e estadual.

Os dirigentes estaduais no certame, Moisés Gonzaga Penso, de Santa Catarina; Luiz Bayard Martins dos Santos, do Rio Grande do Sul; Alessandro Panitz Puglia, de São Paulo; e Helder Marcos Faggion, do Paraná © Bárbara Lemos / Global Sports

São Paulo mostra força

As cinco seleções paulistas apresentaram excelente desempenho, conquistando 153 medalhas e ratificando o trabalho desenvolvido na atual gestão, na qual professores, técnicos e dirigentes fundamentam-se exclusivamente no desenvolvimento técnico do esporte criado no fim do século XVIII pelo shihan Jigoro Kano.

O ippon de Júlia Medeiros Bacan Carvalho Quintino (SP) capturado de outro ângulo © Bárbara Lemos / Global Sports

Nas 95 finais que disputaram os judocas paulistas conquistaram 57 medalhas de ouro e 38 de prata, às quais acrescentaram 58 de bronze, assegurando a primeira colocação no feminino e no masculino, ou seja, na classificação geral da competição.

O árbitro FIJ A Jeferson Vieira, maior referência do Brasil na atualidade comandou a arbitragem no Campeonato Brasileiro da Região V © Imprensa FPrJ

Segundos colocados na classificação geral, os selecionados paranaenses conquistaram 59 medalhas, sendo dez de ouro, 15 de prata e 34 de bronze. No naipe feminino o time assegurou a segunda colocação com sete medalhas de ouro, dez de prata e 17 de bronze.

Na final do meio-pesado do sub 18, Vinicius Marinho (SP) encaixa o uchi-mata em Vitor Silva (SC) e assegura o ouro © Bárbara Lemos / Global Sports

A seleção gaúcha, terceira colocada na classificação geral, totalizou 63 medalhas, sendo nove de ouro, 17 de prata e 37 de bronze. No masculino o Rio Grande do Sul mostrou maior presença e ocupou a segunda colocação com cinco medalhas de ouro, 14 de prata e 18 de bronze.

Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Akira Hanawa, delegado da 14ª Delegacia Regional Vale do Ribeira; e Carlos Kira, técnico do Clube Paineiras do Morumby © Bárbara Lemos / Global Sports

Santa Catarina conquistou quatro medalhas de ouro, nove de prata e 27 de bronze, que asseguraram a quarta colocação na classificação geral e o terceiro lugar no naipe masculino.

Na final do peso-pesado do sub 18 Dandara Camillo venceu sua conterrânea Vitória Siqueira no Golden Score com osae-komi © Anderson Neves

Planejamento diferenciado

A coordenação técnica de São Paulo realizou um grande planejamento para esta disputa e iniciou este trabalho definindo com enorme precisão os técnicos de cada classe.

Rodrigo Tonietto, diretor técnico da FPrJ e Carlos André Kussumoto, diretor-executivo da FPrJ © Imprensa FPrJ © Bárbara Lemos / Global Sports

Ao todo, São Paulo levou 193 atletas e mais de 20 técnicos para Curitiba. Na classe sub 13, participaram 36 atletas; na sub 15, 35; na sub 18, 45 atletas; na sub 21, 39; e na classe sênior foram 38 atletas.

Ao todo, 739 judocas participaram da edição 2022 do Campeonato Brasileiro da Região V © Bárbara Lemos / Global Sports

Os técnicos definidos para a classe sub 13 foram: Takeshi Redondo, da Associação Namie de Judô; Flávio Nunes, do Judô Kamakura; Antônio José da Silva, da SET Mogi Guaçu/AJAS Judô Mogi Guaçu; e Lucas Godoy, da Associação Yamazaki de Judô.

Luiz Bayard Martins dos Santos, Alessandro Panitz Puglia, Celso de Almeida Leite e Marco Aurélio Uchida© Bárbara Lemos / Global Sports

Na classe sub 15 atuaram: Jefferson Santos, Projeto Olhar Futuro; Angélica Maria da Silva, São João Tênis Clube; Takeshi Redondo, Associação Namie de Judô; e Marco Antônio Inácio.

O belíssimo Ippon de Júlia Azuma (PR) em Isabela Feijó (RS) nas quartas de final © Bárbara Lemos / Global Sports

Trabalharam na classe sub 18: Miriam Minakawa, A Hebraica; Thiago Valladão, São João Tênis Clube; Ricardo Lara, Clube Paineiras do Morumby; e Jefferson Santos, Projeto Olhar Futuro.

Helder Marcos Faggion realizou o primeiro brasileiro regional como presidente da Federação Paranaense de Judô e o fez mantendo a marca de inovação que pauta as gestões da entidade. Pela primeira vez uma federação de judô realiza eventos com painéis de led em volta do shiai-jo © Imprensa FPrJ © Bárbara Lemos / Global Sports

Os técnicos da classe sub 20 foram: Alexandre Lee, Sesi; Denílson Lourenço, Esporte Clube Pinheiros; Marcos Sabino, Santa Maria; e Carlos Kira, Clube Paineiras do Morumby.

Ester Ribeiro (SP) joga Clara Figueiredo (SC) de wazari, mas vence no osae-komi © Bárbara Lemos / Global Sports

Já na classe sênior atuaram: Paulo Segatelli, Esporte Clube Pinheiros; Marcos Sabino, Santa Maria; Marcos Dagnino, Clube Athletico Paulistano; e Carlos Kira, Clube Paineiras do Morumby.

Solange Pessoa, Alessandro Puglia, Marco Uchida e Carlos Kussumoto © Bárbara Lemos / Global Sports

Solange Pessoa de Almeida Vinck, vice-presidente da FPJudô e chefe de delegação paulista em Curitiba, parabenizou todos os atletas e membros da equipe pelo excepcional desempenho.

Nas quartas de final Matheus Rosa (SP) vence Gabriel Majolo (RS) com osae-komi © Bárbara Lemos / Global Sports

“Eu estava preocupada porque havíamos ficado muito tempo parados. Alguns atletas nem passaram pela classe sub 13, foram diretamente para a sub 15, e isso faz uma diferença muito grande, por falta de vivência em competições. Mas para minha surpresa e alegria eles lutaram com muita garra e determinação. Todos os professores ajudaram e orientaram muito bem os nossos atletas; só tenho a agradecer a todos.”

Eduardo Barbosa (SP) imobiliza Renan Pereira (SP) na primeira rodada © Bárbara Lemos / Global Sports

Na avaliação da chefe de delegação, a FPJudô dispõe de uma equipe de técnicos privilegiados, com muita experiência em campeonatos nacionais e internacionais. “O judô paulista vem crescendo por causa da dedicação, da disciplina, que eles dão aos atletas. A conquista do primeiro lugar do Campeonato Brasileiro da Região V se deu pelo comprometimento de todos os professores envolvidos. Os atletas agradeceram a eles porque fizeram a diferença.”

Michael Marcelino (SP) vence João Neto (PR) no osae-komi © Bárbara Lemos / Global Sports

Mas Solange acredita que há sempre espaço para melhorar e evoluir. “Agora, com os treinos em conjunto das classes sub 13 e sub 15 sob a orientação dos professores Hatiro Ogawa e Nelson Onmura, e os das classes sub 18 e sub 21, supervisionados pelos senseis Douglas Vieira, Thiago Valadão e Alexander Guedes, o judô de São Paulo tem muito a evoluir e crescer.” Ela agradeceu a todos os professores das associações, dos clubes e da FPJudô e ao presidente Alessandro Puglia pela confiança e pelo trabalho.

Campeã do peso-pesado, Agatha Silva (SP) venceu Katia Alves (RS) no primeiro combate © Bárbara Lemos / Global Sports

Técnicos avaliam desempenho

Para Miriam Minakawa, professora kodansha roku-dan (6° dan), técnica responsável pelas equipes de treinamento do clube A Hebraica, o judô paulista mostrou grandeza.

Mostrando muita determinação, Ernane Neves (SP) jogou Claiton Faria (RS) de ippon nas quartas de final © Bárbara Lemos / Global Sports

“São Paulo chegou praticamente a todas as finais. Nas categorias com três representantes, na maioria dois subiram ao pódio, e o Estado dominou do sub 13 ao sênior, mostrando o ótimo trabalho que faz para voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído: o topo dos pódios nacionais.”

O nível técnico em Curitiba foi muito acima da expectativa © Bárbara Lemos / Global Sports

“Para nós, o critério de classificação foi um dos responsáveis para chegarmos a esse resultado”, observou Miriam. “Antes a Copa São Paulo funcionou como campeonato classificatório para o brasileiro regional, mas escolhendo somente campões e vices para a seleção paulista. Em alguns casos, houve três classificados e eu acho que esse critério é mais justo. No formato anterior da copa, muitos atletas bons caíam antes de chegar às fases classificatórias e isso acabava prejudicando São Paulo. Sempre fui a favor de um campeonato paulista classificatório para o brasileiro regional, e acabou dando certo: levamos os melhores de cada categoria. Mesmo desfalcados de alguns judocas que estavam no Pan-Americano, os paulistas construíram um resultado sólido e bastante convincente.”

A seleção paranaense surpreendeu conquistando a segunda colocação © Bárbara Lemos / Global Sports

Segundo Miriam, para fortalecer ainda mais as seleções, o time todo precisa receber maior orientação sobre os detalhes que envolvem as viagens. “A coordenação técnica deveria escolher o hotel em que os atletas vão ficar. Nos últimos anos, as seleções têm ficado separadas. Também defendo a possibilidade de organizar uma viagem com todos juntos, permitindo que os mais jovens entrem no clima de unidade que uma disputa como esta demanda.”

Apesar dos dois anos parados pela pandemia, os jovens da base exibiram muita competitividade © Anderson Neves

Miriam Minakawa considerou muito boa a presença da sensei Solange Pessoa na chefia da delegação. “Esse é um cargo de extrema importância e que demanda alguém bastante experiente, ativo e que seja comprometido, que faça contato com os técnicos, programe horários de aquecimento e demais compromissos. Achei que isso foi o ponto alto da equipe. Outro destaque foi uma conversa que nós técnicos, tivemos e deu certo. Nesta competição, os técnicos de cada classe ficaram atuando até o final, e não apenas enquanto seus atletas lutavam. E isso foi muito bom.” Miriam elogiou também a participação ativa dos técnicos, impondo-se quando foi preciso, mesmo em relação à arbitragem.

A qualidade técnica da competição evidenciou o excelente trabalho desenvolvido pelos professores dos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo © Anderson Neves

Douglas Eduardo Brito Vieira, professor kodansha shichi-dan (7º dan), supervisor e responsável pela equipe de judô do alto rendimento do Clube Atlético Paulistano, destacou o bom momento do judô paulista.

Os naipes feminino e masculino asseguraram grande quantidade de wazaris e ippons © Bárbara Lemos / Global Sports

“Com um pouco mais de organização São Paulo já começou a mostrar seu potencial em seletivas e campeonatos. Desde setembro e outubro de 2021 realizaram-se diversos eventos e isso permitiu que voltássemos da paralisação mais fortes”, disse.

Os paulistas Riquelme Paiva e Bruno Nóbrega fizerem um dos combates mais eletrizantes © Bárbara Lemos / Global Sports

Para Douglas, o número de medalhas de ouro obtidas mostra que foi possível alcançar resultados expressivos em pouco tempo. “Ainda vejo que podemos melhorar muito, e os clubes estão mais organizados e abertos em relação aos treinamentos e competições”, disse. “O trabalho com os técnicos, os treinos em conjunto, tudo isso vai fortalecer bastante nossas equipes, assim como as atividades que temos proporcionado. Isso cansa, mas progressivamente vai trazendo uma melhora qualitativa dos atletas, o que é muito bom para nós.”

O índice de lesões ficou muito abaixo da média nos dois dias da competição © Bárbara Lemos / Global Sports

O professor Paulo Segatelli, técnico esportivo de alto rendimento do Esporte Clube Pinheiros, alertou que é preciso investir na formação de treinadores, resgatar alguns tipos de treinamento e ensinar judô da forma tradicional.

Aristides Lucena (RS) joga Alexandre Couto (SC) © Bárbara Lemos / Global Sports

“No geral tivemos um resultado muito positivo no campeonato regional, mas sabemos que existem algumas coisas que podemos melhorar. Temos de destacar quando São Paulo vai bem e entendo que este resultado expressivo veio graças a intercâmbios e ao resgate de alguns professores de formação, algo que fora deixado para trás durante alguns anos.”

Apesar da parada forçada houve grande renovação na base dos quatro Estados que competiram em Curitiba © Anderson Neves

Para formar atletas da maneira tradicional, com maior consciência e visão judoística, Paulo Segatelli recomenda buscar pessoas que possam ministrar cursos de formação, o que poderia ser feito pela própria FPJudô. “Dentro do Centro de Excelência podemos resgatar professores que possam oferecer treinos e clínicas e beneficiá-los também. Resumidamente, temos de investir na formação de treinadores e a FPJudô deve valorizar os professores que trabalhem com o intuito de recuperar a formação tradicional.”

Mais uma vez a equipe técnica da FPrJ realizou um grande evento © Anderson Neves

Antônio José da Silva, professor e técnico san-dan (3º dan), responsável pela equipe da Secretaria de Esporte e Turismo de Mogi Guaçu/AJAS Judô Mogi Guaçu, considerou o resultado excelente e sugeriu a ampliação do intercâmbio dentro do Estado.

Apesar de receber um público abaixo da média, a competição contou com grande presença da torcida © Bárbara Lemos / Global Sports

“Se tivermos mais treinos voltados para todas as categorias”, explicou, “mesmo que a FPJudô já o faça, podemos intensificar o trabalho de unir a garotada para fazer esses treinos. Acredito que isso vá melhorar bastante o desempenho deles.”

João Macedo (RS) joga André Donomai (PR) © Bárbara Lemos / Global Sports

Jefferson Luiz dos Santos, faixa preta desde 1992 e 4º dan, responsável pelo Projeto Olhar Futuro, de São José dos Campos, considera impecável a atuação de São Paulo no Campeonato Brasileiro da Região V.

O selecionado gaúcho finalizou a disputa na terceira colocação © Anderson Neves

“Conquistamos 153 medalhas, então o resultado em si mostra tudo. Avalio que esta vitória expressiva foi importante para dar uma resposta àquelas pessoas que criticaram duramente a federação pelo desempenho nos campeonatos brasileiros do ano passado. Mas os críticos não viam que em quase todos os pódios havia paulistas representando outros Estados, gente que nós formamos e projetamos. São Paulo sempre tem de renovar, fazer novos atletas, como vem ocorrendo. Este campeonato mostrou a força de São Paulo.”

Para o sensei Jefferson o ponto alto do selecionado paulista foi a vontade de vencer, inovar e renovar. “Mostramos novos atletas, novas academias e escolas que, mesmo saindo de um período de restrições, estão no auge, capazes de inovar e renovar sempre. São Paulo ainda é um verdadeiro celeiro de campeões”, disse o professor do Projeto Olhar Futuro.

Jefferson Santos defende que a FPJudô olhe mais para os pequenos dojôs. “Para que sempre estejamos por cima, recomendo que a federação paulista aposte sempre nas pequenas academias, criando atrativos para que continuem motivadas a formar atletas para o alto rendimento que no futuro sejam contratados pelos grandes clubes. Não sei se isso é possível, mas precisamos de alguma forma criar condições para manter os melhores atletas formados por nós nos clubes paulistas, evitando que sejam atraídos para outros Estados ou países, como aconteceu com a excelente Bárbara Timo. Para São Paulo se tornar cada vez mais forte precisamos manter os melhores em nosso Estado.”

Gratidão

Ainda em Curitiba e emocionado com o resultado, o presidente da FPJudô, Alessandro Puglia, enalteceu o trabalho desenvolvido por professores, técnicos, membros das comissões técnicas e atletas.

“Deixo os meus agradecimentos a Solange Pessoa, nossa chefe de delegação, e ao corpo técnico envolvido nesse trabalho que superou todas as metas traçadas por nós. Notamos claramente a sinergia perfeita entre professores das escolas e clubes filiados, técnicos, auxiliares-técnicos e demais membro da comissão técnica e os atletas. Houve um entrosamento muito grande e todos os personagens desta equipe gigantesca atuaram com foco total e com muita responsabilidade”, avaliou o dirigente.

“Houve muita comunicação parar marcar horários e na busca prioritária de colaborar com a logística dos atletas. O resultado mostrou o óbvio, culminando naquilo que podemos ver no relatório da Confederação Brasileira de Judô (CBJ): fomos os campeões gerais em todos quesitos, e isso nos enche de orgulho. Finalizo lembrando que isso foi o começo daquilo que estamos projetando. Ainda precisamos fazer muita coisa, mas o resultado que construímos em Curitiba nos impele a seguir lutando por nossos objetivos, fomentando o desenvolvimento técnico do judô em nosso Estado e em nosso País. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina fizeram a sua parte, contribuindo para o crescimento da nossa modalidade, sem política ou qualquer outro objetivo,” disse Puglia.

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