Roberto Carlos Pereira e Nádia Hissako Hori, da Vila Sônia, treinam o ju-no-kata © FPJCOM
Com o apoio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), a Federação Baiana de Judô (Febaju) realizará de 10 a 14 de maio o Campeonato Pan-Americano de Kata e Veteranos, com a chancela da Confederação Pan-Americana de Judô (CPJ), da Confederação Sul-Americana de Judô (CSJ) e da Federação Internacional de Judô (FIJ).
Segundo a organização, cerca de 1.000 atletas de vários países devem participar dos certames, e no kata, especificamente, o Brasil será representado por nove duplas em todas as variações, tendo como técnico o laureado professor kodansha Rioti Uchida, da Associação de Judô Alto da Lapa, da capital paulista.
Carlos Alberto Pereira e Taluan Nogueira, da Associação Desportiva São Caetano, disputarão no nage-no-kata; Fabiano Rodrigo de Barros e Yann Fiorda Prando, de São José dos Campos, no nage-no-kata; Roger Tsuyoshi Uchida e Aline Akemi Lara Sukino, do Judô Alto da Lapa, no ju-no-kata; Roberto Carlos Pereira e Nádia Hissako Hori, da Vila Sônia, no ju-no-kata; Henrique Fernandes da Costa e Gabriela Fernandes da Costa, da Associação Judô Namie, no katame-no-kata; Wagner Tadashi Uchida e Roger Tsuyoshi Uchida, do Alto da Lapa, no katame-no-kata; Marcelo Nery Fontes e Leonardo Pavani, do Judô Nery, no kodokan goshin jutsu; Sidney Massayuki Fukayama e Ayran Rodrigues Cunha, de São José dos Campos, no kime-no-kata; e Rone Montenegro de Araújo e Victor Henrique Santos Araújo, da Bahia, no kime-no-kata.
Wagner Antônio Vettorazzi, técnico de São Caetano, avaliou o trabalho realizado pela comissão técnica para a competição continental.
“No ano passado, quando a seleção brasileira foi a Portugal, houve apenas um treino porque, mesmo estando em São Paulo, é muito difícil juntar todo mundo. Neste ano tivemos dois treinos, nos dias 15 e 21 de abril. Pudemos fazer muitos ajustes, mas o ideal seria realizarmos mais encontros, mas sabemos como é difícil, até por conta do calendário e a retomada dos eventos.”
Atendendo ao pedido feito pela comissão técnica, o professor Alessandro Puglia, presidente da FPJudô, cedeu o dojô Mário Matsuda do CAT para o treino que, segundo o sensei Vettorazzi, foi maravilhoso.
“O professor Uchida sabe muito. Os meninos dele também são muito bons e o Wagner, que é bicampeão mundial, sempre ajuda muito. Em suma, o treinamento foi bastante proveitoso e pudemos fazer algumas correções em todas as duplas. Treinos como estes são muito úteis porque parece que os nossos olhos ficam viciados. Em muitas coisas que parecem perfeitas e professor Uchida sempre consegue enxergar detalhes e por intermédio de suas explicações conseguimos sempre melhorar e corrigir as técnicas” explicou Vettorazzi.
Outro aspecto destacado pelo professor da Associação Desportiva São Caetano foi o estado o psicológico da turma, que mudou muito após os dois dias de treino. “O fato de nos reunirmos para dois ou três treinos antes da competição fortalece muito a equipe, porque trabalhamos muito a autoestima dos atletas, e é quando eles conseguem ver o progresso já alcançado e o quanto ainda podem melhorar. Esses treinos trazem crescimento a todos, inclusive a nós professores que temos tanta vontade e necessidade de aprender sempre mais.”
Vettorazzi pontuou que o professor Luís Alberto dos Santos faz maravilhosamente bem um trabalho de ensino do kata nas quartas-feiras no CAT. “Os treinos no CAT, às quartas-feiras, ajudam demais todo o desenvolvimento do kata. Quando conseguia participar com mais frequência, sempre trazia detalhes novos que imediatamente utilizava em minhas aulas. Nesses treinos fizemos um refinamento técnico de duplas que competem mundialmente, ou seja, judocas do alto rendimento.”
Vettorazzi ressaltou que a federação paulista saiu na frente de novo, usando a estrutura e o material humano de que dispõe. “Infelizmente é difícil irmos a outros Estados e eles também virem para cá, principalmente por conta da logística, mas essa é a realidade. A então o certo é recebermos os de fora. Mas é uma realidade que deve ser pontuada: a FPJudô exerce muito bem seu papel na condução da questão técnico-esportiva. É preciso que se reafirme o valor dos treinos específicos de kata com os atletas e assim, quem sabe, haja encontros aos quais as pessoas possam vir com mais frequência. Sou apaixonado pelo kata, então, entendo que ocasiões como estas fortalecem o grupo e a modalidade, independentemente dos resultados que tivermos.”
Sensei Wagner Antônio Vettorazzi lembrou ainda que pela primeira vez o Campeonato Paulista de Kata será realizado de forma isolada e separado do veterano. “O presidente Alessandro Puglia atendeu nosso pedido e definiu que a disputa do dia 7 de maio na Arena Olímpica de São Bernardo do Campo será exclusiva para o kata. Entendo que a decisão da presidência vai oferecer um brilho maior para o kata.”
Carlos Alberto Pereira e Taluan Nogueira, judocas da Associação Desportiva São Caetano, consideram muito positivo o treinamento capitaneado pelo sensei Rioti Uchida.
“A oportunidade de ter outros olhos observando nosso treinamento é essencial durante a nossa preparação para um campeonato de nível tão alto. Nosso técnico sensei Wagner sempre nos acompanhou, mas admito que sem estes novos olhos nos observando não estaríamos aperfeiçoando a nossa apresentação. Treinar no Centro de Aperfeiçoamento Técnico da federação agregou qualidade ao nosso preparo”, disse o uke Taluan Nogueira.
Já o tori Carlos Alberto atribui todo o conhecimento que tem de kata ao sensei Wagner, mas reconhece o sensei Uchida ajudou ainda mais a aprimorar a técnica da dupla, principalmente para as competições internacionais da temporada. “Sensei Wagner me apresentou o kata quando era adolescente e desde então não paramos mais. Seguimos juntos, eu e o meu parceiro Taluan, praticando diversos tipos de kata. Treinamos muito em nosso clube e com a equipe de kata da federação. O pessoal daqui possui muita experiência em pan-americanos e campeonatos mundiais e nos ajuda nos detalhes”, expôs Pereira.