Marilaine Ferrante e Takeshi Yokoti, coordenadores de arbitragem da FPJudô © FPJCOM
Realizou-se no sábado (19), no novo auditório do Centro de Excelência de Judô de São Bernardo do Campo, o Seminário Estadual de Arbitragem, primeiro evento presencial de 2022. Destinado a árbitros nacionais, aspirantes a FIJ e FIJ C, B e A, o seminário contou com a presença de vários delegados regionais e 152 árbitros do Estado de São Paulo, um número muito comemorado dadas as condições em que o evento foi estruturado e realizado, quando a pandemia ainda persiste.
Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da Federação Paulista de Judô (FPJudô), explicou que no ano passado foram realizados dois exames nacionais online, nos quais foram aprovadas 18 candidatas e 27 candidatos em graduações nacionais C, B, A e aspirante. Ao todo, com módulos de arbitragem realizados no ano passado, entre voluntários e convocados, foram 630 participações de árbitros.
Apesar das restrições sanitárias de 2021, a participação de árbitros paulistas em eventos presenciais não foi apenas promissora: ocorreram 175 atuações nas competições presenciais do Estado, 22 nas nacionais, sete nas funcionais e três em internacionais.
Antes do seminário realizou-se a reunião dos coordenadores de arbitragem das 16 delegacias regionais em que foi apresentada a comissão de arbitragem regional, formada por Kenji Yamamoto, árbitro FIJ A; João David de Andrade, árbitro FIJ B; Eduardo Kitadai, árbitro FIJ B; e a professora Edna Pioker, árbitra FIJ B. A comissão tem como finalidade dar suporte à coordenação estadual, liderada por Takeshi Yokoti e pela coordenadora adjunta Marilaine Ferrante.
Takeshi explicou que a comissão trabalha em todos os eventos, dando suporte nas indicações dos árbitros que atuarão nos certames e na elaboração de critérios para a realização dos exames de arbitragem.
“A comissão sempre existiu e agora nós apenas atualizamos os nomes. Ela foi apresentada oficialmente aos coordenadores e aos árbitros no seminário e, nessa reunião, foram repassadas aos coordenadores as diretrizes, recomendações e orientações formuladas pela Federação Internacional de Judô (FIJ), referentes às novas regras para o ciclo olímpico Paris 2024. Também ouvimos as reinvindicações dos coordenadores, e repassamos o material necessário ao suporte de todos realizem os módulos regionais de forma plena, em todas delegacias”, detalhou Yokoti.
Ainda antes do seminário, Fernando Ikeda, coordenador estadual de oficiais técnicos da FPJudô, comandou a reunião dos coordenadores dos mesários das 16 delegacias regionais.
Para Takashi, o número de participantes foi muito expressivo, mesmo não alcançando a totalidade, o que mostra a grandeza da arbitragem de São Paulo e da federação. “Nós tivemos a honra da presença do coordenador nacional de arbitragem, o sensei Edison Minakawa, que brilhantemente fez uma explanação muito objetiva e direcionada às novas mudanças nas regras promovida pela FIJ”, comentou.
Segundo o coordenador de arbitragem paulista, o seminário foi grandioso e proveitoso em relação aos projetos definidos para esta temporada. Agora, as 16 delegacias regionais vão realizar módulos com duração de oito horas para a formação de novos árbitros. “Esperamos que, mesmo com a persistência da pandemia, em torno de 400 árbitros passem por esses módulos de formação, capacitação e atualização.”
O professor kodansha Edison Minakawa, gestor nacional de arbitragem da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), explicou que foram apresentadas no credenciamento de arbitragem da FPJudô 12 mudanças implementadas no ciclo de Paris 2024. “A FIJ fez um apelo de forma objetiva para que se retirasse o aspecto crítico das alterações implementadas este ano, porque toda mudança gera desconforto e uma certa desconfiança. Solicitamos que todos estudem a nova mensagem que a FIJ está passando, já que inclui uma devolutiva sobre algumas lutas polêmicas que tiveram grande destaque midiático em Tóquio 2020.”
O gestor nacional de arbitragem enfatizou que existe ainda uma 13ª alteração, em relação à luxação dos dedos das mãos e dos pés. “Acredito que esta foi uma alteração superimportante e todos os árbitros precisam estar cientes de que agora será permitida a entrada do médico no shiai-jo para fazer a redução e o atendimento ao competidor.”
Na opinião de Minakawa, as mudanças implementadas, visam a favorecer e estimular a prática do judô positivo, já que a Federação Internacional de Judô preocupa-se com a beleza plástica da luta e com o fato de os competidores terem possibilidade cada vez maior de buscar o ippon, que é na verdade o maior objetivo numa competição. “Entramos agora numa grande fase de testes, em que tudo será avaliado e observado, principalmente a postura e a reação dos atletas com relação às mudanças”, explicou o dirigente.
“A grande mensagem é que, independentemente de serem árbitros ou competidores, as pessoas têm de ver as mudanças com a mesma visão da FIJ. A responsabilidade da manutenção do judô como esporte olímpico é inteiramente da entidade internacional, mas o trabalho de conscientização da necessidade da mudança passa eminentemente pelos árbitros, que são os principais influenciadores e interlocutores das alterações propostas. Antes de criticar e dizer que está tudo errado, é necessário parar, observar, estudar e cada um adaptar sua prática às novas regras. Somente depois de tê-las colocado em prática é possível emitir seguramente uma opinião”, sugeriu Minakawa.
Marilaine Ferrante também comemorou os números atingidos, considerando o saldo muito positivo, principalmente num ano com novas regras e retomada de competições presenciais, o que demanda atualização e capacitação dos árbitros. “Neste ano começaremos a trazer novamente esse pessoal para perto e voltaremos a ser aquele quadro grande e expressivo de árbitros capacitados e confiantes. Só tenho a agradecer pelo evento maravilhoso e por todos que se empenharam para que isso fosse possível.”
Em seu discurso na abertura do Seminário de Arbitragem, Arnaldo Queiroz, secretário-geral da FPJudô, reiterou o orgulho de toda a diretoria pelo o trabalho primoroso que vem sendo realizado em todas as esferas da entidade. “A federação está lançando um novo site, um portal responsivo que muito em breve permitirá que toda a operação da entidade seja feita por meio dele. Inscrições em torneios, carteirinhas, transferência e tudo mais poderá ser feito de forma remota e segura. Estamos nos modernizando e toda esta tecnologia também será implantada nas delegacias.”
O secretário-geral informou será realizada em março a assembleia geral ordinária de prestação de contas, na qual serão apresentadas muitas novidades. “Nossa comissão está executando as reformas necessárias para que a FPJudô continue muito bem organizada e pronta para entregar o bastão para que as próximas gerações do judô prosperarem. O judô é muito mais importante que o setor administrativo.”
E reiterou: “O seminário de hoje foi desses eventos de suma importância, e nós temos muitas atividades pela frente. Se tudo der certo nós iremos restabelecer a situação de inscritos e federados, que é o objetivo colocado pelos delegados na nossa última reunião. Nós temos muito orgulho de continuar o serviço pela federação e por continuar a trabalhar em prol do judô de São Paulo e do Brasil”.
Alessandro Puglia, presidente da FPJudô, cumprimentou os delegados regionais e professores kodanshas participantes do primeiro evento presencial de 2022. “Na FPJudô nós tomamos todas as ações e damos os passos necessários para fomentar a união dentro do nosso Estado, desde as categorias de base até os nossos eminentes professores kodanshas. Tudo o que construímos precisa ser feito em conjunto para que dê certo. É isso que estamos realizando e os resultados muitíssimo positivos já estão sendo mostrados.”
“Nós entramos em novo ciclo olímpico, o de Paris 2024, e iremos sempre lutar pelo sucesso do judô paulista”, disse Puglia ao falar sobre a arbitragem no Estado de São Paulo. “Os eventos de base que estamos realizando desde o final de 2021 já demonstraram isso, mas agora, com a atualização e capacitação dos nossos árbitros, mostramos que estamos também corrigindo nossas posturas em relação a alguns assuntos – neste caso, as regras em combate.”
Quem também esteve presente abrilhantando o seminário foi o secretário de Esportes de São Bernardo do Campo, Alex Mognon, que acompanha de perto os trabalhos realizados no Centro de Excelência desde a sua concepção. Ele iniciou seu discurso dando as boas-vindas a todos os presentes e, na figura do sensei Alessandro Puglia, parabenizando a comunidade do judô.
“O prefeito Orlando Morando acreditou muito em iniciarmos um projeto que viria a ser o Centro de Excelência e, hoje, esse projeto virou uma realidade, um dos melhores que já foram construídos no Brasil. As qualidades são diversas e não são limitadas à estrutura excepcional que temos aqui. São os professores que dão condições para os alunos estarem aqui em diversos eventos. É muito bom trabalhar com pessoas sérias, íntegras, e que buscam sempre fazer o bem, em especial criar disciplina para a nossa sociedade, e o judô faz isso muito bem.”
Mognon explicou que o planejamento anual de São Bernardo foi fechado e terá, mesmo com as limitações causadas pela pandemia, mais de 800 atletas em formação nas cinco unidades sociais do município. “Isso é um orgulho muito grande e um legado que estará aí para a posteridade. Ninguém mais irá tirar o Centro de Formação que temos em São Bernardo. O espaço é de vocês, e eu espero poder acompanhar esses grandes eventos que o judô proporciona para a nossa cidade.”