Ratificando o excelente momento que o judô paulista atravessa e a grande sintonia existente entre as áreas técnica e administrativa, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou a primeira edição do Ajinomoto Open São Paulo da Divisão Especial.
Criado para substituir o Campeonato Paulista Regional, o Ajinomoto Open visa a proporcionar maior intercâmbio, acirrar a competição e elevar o nível técnico dos atletas que vão compor as seleções do Estado de São Paulo nas competições nacionais das classes sub 15, sub 18, sub 21 e sênior.
Além de contar pontos para o ranking estadual, o torneio inédito realizadoneste sábado (27) no ginásio de esportes do Sport Club Corinthians Paulista reuniu 1.060 judocas de todo o Estado e classificou os quatro primeiros colocados de cada classe e categoria de peso para a fase final do campeonato paulista.
Além de delegados regionais e dezenas de professores kodanshas paulistas, a cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades esportivas, entre as quais Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Masayoshi Kurosaki, presidente da Ajinomoto do Brasil; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Roberto Toledo, o Roba, gerente de Esportes Terrestres do Sport Club Corinthians Paulista;os medalhistas olímpicos Douglas Vieira, Henrique Guimarães e Carlos Honorato; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de árbitros da FPJudô; Solange Pessoa, diretora técnica de judô do Sport Club Corinthians Paulista;Adib Bittar, coordenador financeiro da FPJudô; Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; Paulo Pi, representante dos técnicos na FPJudô;Stewart Elorza Júnior, assessor de judô do Sport Club Corinthians Paulista; e membros da Ajinomoto do Brasil, apoiadora do judô paulista: Yutaka Tsunoda, gerente de planejamento estratégico; Seiji Takagi, diretor de AminoScience; Ichiro Yamazaki, diretor superintendente; e Shimpei Ashina, gerente do departamento de AminoScience.
Masayoshi Kurosaki enfatizou que a Ajinomoto, ao apoiar as atividades da FPJudô, pretende contribuir com o desenvolvimento dos jovens e da sociedade brasileira como um todo.
“Recentemente lançamos o projeto Vitória, que tem entre seus objetivos apoiar os atletas brasileiros que participarão dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, oferecendo nutrição alimentar e o suplemento nutricional Amino Vital. Essesuplemento já é usado regularmente pelo Rafael Silva, o Baby, e Allan Kuwabara, peso ligeiro campeão da Copa São Paulo 2019. Além deles, muitos atletas olímpicos japoneses o utilizam, e com isso estão obtendo melhor performance”, disse o presidente da multinacional da área da nutrição, que concluiu:
“Onosso projeto apoia o judôe os judocas com tatamis e judogis, pois acreditamos que os jovens brasileiros poderão ter um futuro melhorpor meio da prática contínua do judô.Espero que hoje possam mostrar o resultado de cada treino e esforço, pois acredito que temos muitos futuros atletas olímpicos aqui.Estamos torcendo por vocês.”
Explicando uma competição inovadora
A Budô ouviu Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô, que avaliou o processo que, acima de tudo, busca estabelecer uma mudança de conceitos.
“Em dezembro, apresentamosa proposta de realizar este evento aos delegados regionais na assembleia geral realizada no CAT. Mudamos uma estrutura que se perpetuou por mais de 50 anos em termos de fases seletivas para o campeonato paulista e, na prática, esta experiência deu certo”, disse Kimura.
“O que pudemos perceber de imediato é que foi um evento com participação acima do normal enível técnico altíssimo. Recebemos atletas das seleções brasileiras sub 18, sub 21, sênior e até mesmo da seleção olímpica. Além de outros aspectos, por meio desta competição e dos demais certames da temporada podemos avaliar com maior exatidão o desempenho e a regularidade dos atletas. O resultado prático é que estabeleceremos um ranking mais preciso e seletivo, possibilitando a formação de uma equipe muito mais preparada e homogênea para representar São Paulo nos próximos campeonatos brasileiros”, previu o coordenador técnico paulista, que falou sobre a mudança de postura dos atletas.
“Eliminamos a fase regional que se realizava nas 16 delegacias regionais e criamos um campeonato aberto,buscando fazer com queos nossos principais atletas se enfrentassem mais uma vez antes do campeonato paulista. Dessa forma, conseguimos elevar o nível técnico dos combates e,consequentemente,a qualidade do evento. Quanto mais o atleta enfrentar oponentes fortes, mais ele estará preparado para as adversidades. Aliás, é justamente esta adversidade que vai levá-los a construir estratégias e práticas diferentes. E essa construção é importante para o desenvolvimento do atleta”, detalhou o dirigente.Em seguida, ele agradeceu às coordenadorias e a todos os dirigentes que apoiaram as mudanças.
“Dividimos o sucesso deste evento com a Ajinomoto do Brasil, com os delegados regionais que acreditaram na nossa proposta de mudança e a endossaram, assim como a Alessandro Puglia e Francisco de Carvalho, que também apoiaram nosso projeto que,aparentemente simples, mudou uma cultura que se perpetuava por cinco décadas. Fizemos essa inovação e estamos certos de que, num futuro muito próximo, estaremos colhendo frutos dessa iniciativa que contou com a participação de todos”, finalizou Joji.
Evento inédito voltado para o alto rendimento
Há muitos anos não víamos tantos medalhões numa mesma competição.Não fosse o fato de a seleção brasileira estar em Lima, no Peru, disputando o Campeonato Pan-Americano sênior, certamente teríamos um número muitosuperior de atletas do grupo de elite no ginásio do Corinthians.
Entre os destaques vimos Charles Koshiro Chibana,o peso leve da seleção brasileira olímpica; Rafael Augusto Buzacarini,o meio-pesado da seleção brasileira olímpica; a meio-pesado Camila Vitória Vieira Ponce; o meio-pesado Rubens Inocente Filho; o peso leve Rafael Yoshio Fuzita; o peso leve sub 21 Pietro Marmorato Muhlfar; o peso médio Ernane Ferreira da Silva, que indubitavelmente uma é das maiores promessas do sub 15 paulista; o peso meio-levesub 18 Lucas Antonelli e o peso médio sub 18 Gabriel Bondezan de Freitas; além de feras mais experientes como Breno Renan Bufolin Alves e Adriano Ricardo dos Santos.
Entrevistamos alguns técnicos com projeção no cenário paulista e todos foram enfáticos ao afirmarque a realização do Ajinomoto Open foi um divisor de águas. Ao inovar e ter a coragem de ousar e mexer numa estrutura que se perpetuava há décadas, todos os setores da Federação Paulista de Judô que apoiaram esta iniciativa proporcionaram grande avanço técnico para os atletas de São Paulo.
Paulo Pi, representante dos técnicos paulistas junto à FPJudô, avaliou positivamente as mudanças promovidas no sentido de impulsionar o desenvolvimento técnico dos atletas de todo o Estado.
“Isso é algo que já vínhamos amadurecendo há certo tempo junto à coordenação técnica da FPJ e demais coordenadorias. Trata-se da realização de novo formato de torneio em nível de excelência, porque é como uma Copa São Paulo exclusiva para os filiados da FPJudô. Valeu muito a penatrocarmos o regional, uma competição que se desgastou, vinha enfraquecendo e atraindo poucos atletas. Em contrapartida vimos aqui algumas categorias com mais de 30 praticantes, e a maioria de alto nível. Isto fortalece o judô de São Paulo, qualifica e prepara os nossos judocas para os campeonatos brasileiros”, explicou o presidente de honra da Associação Paulo Alvim de Judô de Atibaia.
Sumio Tsujimoto, supervisor de alto rendimento do Esporte Clube Pinheiros, destacou a importância de estar sempre mudando e buscando evoluir técnica e estruturalmente.
“Particularmente, acho que toda e qualquer inovação é sempre muito bem-vinda. Mesmo que seja o mesmo campeonato, mudando o termo ou a nomenclatura, já funciona como estímulo. O Ajinomoto Open cumpriu plenamente sua tarefa e atendeu totalmente a proposta de reinventar e fortalecer o judô por meio de uma estratégia simples, porém bastante objetiva. A competição foi muito forte. E até vimos alguns atletas mais veteranos estimulados a participar, nomes como Breno e Adriano, do Pinheiros, além é claro de alguns atletas da seleção brasileira, e isso é muito bom. A pontuação para o ranking sub 21 foi outro grande estímulo, e acredito que todos os clubes trouxeram a classe sub 21 em peso para subir no ranqueamento. Além de inovador, o evento em si foi muito bem pensado e a área técnica da FPJudô está de parabéns”, disse Tsujimoto.
Doutorando em motricidade humana pela Unesp e faixa preta ni-dan,José Alfredo Olívio Júnior enumerou as vantagens decorrentes desta importante inovação da FPJudô.
“Referindo-meàs questões técnicas,vejo o open como um grande avanço parao judô paulista, pois agregamos em nosso calendário mais uma grandiosa competição, na qual reunimos a elite dos nossos atletas em mais uma oportunidade de confrontar os desempenhos. Este ponto por si só já nos proporciona um avanço incomensurável, mas vejo ainda outras vantagens,como a centralização de calendário, tornando o trabalho dos treinadores mais unificado. Em vez de fazermos dois ou três regionais fracos, concentramos o trabalho num evento fortíssimo e grandioso. Para os atletas cria-se a oportunidade de lutar em alto rendimento.Para o Estado a vantagem fica por conta da seleção de seus representantes nos campeonatos nacionais, pois favorece a competitividade e a apuração dos atletas mais constantes”, disse o técnico da Associação de Judô Mercadante e auxiliar técnico da base da CBJ, que finalizou parabenizando a federação paulista por esta importante iniciativa.
“Cabe ressaltar que o campeonato paulista não perde o glamour, pois ainda é o principal certame do calendário. Na minha opinião, até ganha, pois chega nesta etapa mais equilibrado e com atletas que já se confrontaram e se estudaram, possibilitando elevar cada vez mais o nível técnico do Estado.Cabe parabenizar o departamento técnico a FPJpor ousar mudarum formato de competição que durava anos, assim como a estrutura proporcionada pelo Corinthians, sem a qual um torneio desta magnitude não poderia ocorrer”, pontuou Zé Olívio.
Inovando e elevando a qualidade técnica
Alessandro Panitz Puglia comemorou a criação e a aprovação do novo certame para o calendário esportivo do judô no Estado de São Paulo.
“Passamos por um longo processo de avaliação de uma competição que teve apoio da Ajinomoto do Brasil, nossa nova parceira. Com esta iniciativa promoveremos maior intercâmbio interno, fortalecendo e elevando o nível técnico dos atletas paulistas”, previu o presidente da FPJudô.
Francisco de Carvalho enalteceu a iniciativa da coordenação técnica da Federação Paulista de Judô e parabenizou os responsáveis pela criação de mais um importante evento para o calendário da entidade.
“Como gestores temos de ser sensíveis às mudanças e inovações que se fazem necessárias. Esta mudança vinha sendo pensada já há um bom tempo, e após o estudo apresentado pelo nosso coordenador técnico, o apoio tomou corpo. As alegações feitas pelo professor Joji nos fizeram ter a certeza de que havia chegado o momento de colocá-la em prática. Lembro que, antes de ser aprovada, a proposta passou pelas demais coordenadorias, comissões e pelo crivo dos nossos 16 delegados regionais, que foram sensíveis à mudança. O evento realizado no Corinthians apenas ratificou tudo aquilo que havia sido apresentado pela coordenação técnica, e parabenizo toda equipe que esteve à frente deste projeto simples, porém audacioso e vencedor”, avaliou o presidente de honra da FPJudô.
Confira aquia classificação individual
https://fpj.com.br/2019/wp-content/uploads/2018/12/clasindividualajinomotoopensp.pdf
A Federação Paulista de Judô tem o apoio da Ajinomoto do Brasil, Original Tatamis, Shihan Kimonos e Adidas. Por meio das 16 delegacias regionais o judô paulista congrega mais de 10 mil atletas federados, e o judô está presente em 482 municípios. Anualmente a FPJudô credencia mais de 1.500 técnicos que atuam nas competições estaduais e nacionais.
Por: Paulo Pinto
Fotos: Budô Press e Marcelo Lopes/F.P.Judô