Medalhistas Olímpicos Paulistas concedem entrevista coletiva no Esporte Clube Pinheiros
Atletas Olímpicos Paulistas do Judô concedem entrevista coletiva no Esporte Clube Pinheiros e são ovacionados pela torcida presente.
Na tarde desta quarta feira, os atletas Olímpicos Paulistas, medalhistas no judô nas Olimpíadas em Paris, participaram de uma entrevista coletiva no Esporte Clube Pinheiros, localizado na zona oeste de São Paulo onde foram recebidos por jornalistas, torcedores e atletas .
Os destaques da entrevista foram a medalhista de ouro Beatriz Souza, o medalhista de prata Willian Lima e a medalhista de bronze Larissa Pimenta, todos também medalhistas de bronze por equipes, representando com orgulho o Esporte Clube Pinheiros.
Enquanto Rafael Silva, conhecido como Baby, ainda permanece em Paris, ele se juntou à entrevista por meio de um vídeo, demonstrando seu apoio e compartilhando a alegria da conquista coletiva.
Além dos atletas, Leandro Guilheiro, head coach do Esporte Clube Pinheiros, foi reconhecido como uma figura-chave na conquista dos atletas do clube. A entrevista coletiva teve a presença de toda a diretoria do Esporte Clube Pinheiros, liderados pelo presidente Carlinhos Brazolin. Confira os principais trechos do encontro com a imprensa a seguir:
O presidente do Esporte Clube Pinheiros Carlinhos Brazolin, que esteve em Paris no primeiro final de semana olímpico acompanhando o desempenho dos atletas, foi um dos primeiros a falar na coletiva.
“Eu fui a Paris estar do lado dos nossos atletas e, Graças a Deus, o William fez a luta dele rápida e eu pude ficar rouco pela Larissa. Uma emoção fora do normal. Falar da Bia, alguns dias depois, também foi uma coisa fantástica. Essa menina que só treina, treina, treina e treina. A Bia, quando você conversa com ela, ela sorri e fala que vai treinar. Então, é um exemplo fantástico. E o Baby, não dá pra nós mensurarmos o quanto ele é importante pra todos nós. Porque desde o apelido e desde o carinho, desde os abraços, ele vem. Hoje, vendo esse auditório cheio de esportistas, cheio de pessoas do judô, e cheio de pessoas maravilhosas nessa mesa, só dá pra agradecer e falar que sonho se tornou realidade. Sonho, porque Larissa, um ano atrás, sonhou com essa medalha. Bia, sonhou diversas vezes com essa medalha. O William, tirando o filho, essa medalha era o maior objetivo da vida dele. E isso tudo nasceu daqui do Pinheiros. Nós somos muito privilegiados em estar num clube como esse. E eu tenho muita sorte, mas muita sorte mesmo, de estar presidente nessa hora e eu só posso agradecer a vocês três, e ao Baby, e ao Leandro, e ao Sérgio, e ao Sensei Rafael, e ao Eduardo, e ao Maynard, e eu vou falar, falar, e vai ter muito mais pessoas por todo esse momento maravilhoso que está acontecendo hoje. Vamos fazer festa.”
As primeiras medalhas olímpicas femininas do Esporte Clube Pinheiros foram de Larissa e Beatriz.
“Acho que eu posso dizer em meu nome e em nome da Larissa também, que a evolução das mulheres está cada vez maior. Nos esportes onde a mulherada era a minoria está se tornando a maioria. É incrível assistir o empoderamento da mulher a cada dia. Acho que cada passo é contado e estamos em busca ainda mais do reconhecimento e da força da mulher. Então, poder trazer esse título, poder fazer parte do grande número de medalhas das mulheres, contar, acho que isso mostra muito a força que a mulher tem. Não só aqui no Brasil, mas no mundo. Espero que sirva de incentivo para todas. Nós somos fortes, nós somos sim capazes de conquistar o mundo. E acho que é muito questão de acreditar, acreditar o tempo todo. E não vai ser fácil, mas acho que a questão do fato de você colocar fé, corpo e alma naquilo que acredita, acho que a gente está no passo certo para sermos a maioria em muitas coisas” declarou a campeã olímpica Beatriz Souza .
Willian falou da medalha de prata e dos 40 anos da primeira medalha de prata de Douglas Silva que também era do Esporte Clube Pinheiros a época.
“O Douglas foi uma das pessoas que acreditou muito em mim, ele me trouxe para o Pinheiros, mas como a gente falou, é um trabalho de muitas mãos e eu queria parabenizar a comissão técnica atual, o Leandro, o pessoal todo que tá ali em cima, porque essa medalha, ela foi trabalhada muito nesses últimos meses. No tempo que eles estão aqui, a gente conseguiu mapear e fazer um treinamento muito específico pra cada luta que a gente ia fazer. Como eu era cabeça de chave, a gente não sabia melhor quem eram os atletas que iam cair na minha luta e se não for o trabalho que a condição técnica atual fez, provavelmente o desempenho não poderia ter sido bom, as gerações anteriores à minha, elas tiveram muita participação da minha inspiração e vontade de ser atleta de judô. As primeiras Olimpíadas que eu assisti foi em 2008 e a partir dali eu assisti todas as Olimpíadas seguintes. Acordava com meu pai, com minha mãe cedinho, porque era sempre um fuso horário diferente, então acabava sendo sempre de madrugada as Olimpíadas aqui. E aquilo, acho que foi aumentando uma chama dentro de mim de ter vontade de ser atleta olímpico, de me profissionalizar, de chegar a participar de umas Olimpíadas e gostar de uma medalha olímpica. Acho que da mesma forma que mudou a minha vida assistir as Olimpíadas, assisti o Leandro, assisti a Maria Suelen , assisti vários atletas nos Jogos Olímpicos, eu acredito que essa medalha é uma oportunidade de eu também mudar várias vidas. Eu acho que pode ser, provavelmente é o meu propósito de vida agora, ver a mudança de vida de várias pessoas pelo esporte, pelo judô. Eu tinha muitos amigos que não tinham uma situação de vida tão boa e o judô mudou a vida deles. Eram pessoas que tinham envolvimento com droga, eram pessoas que tinham que morar na rua, e o esporte mudou a vida deles. Inclusive, eu recebi uma mensagem falando disso, que uma menina assistindo a minha luta nas Olimpíadas, ela ficou com uma emoção tão grande que ela foi buscar refúgio no esporte. Então eu acredito que essa conquista que eu tive, essa medalha Olímpica que eu tive, eu vou poder mudar a vida de muitas pessoas, de várias crianças, de várias mulheres. E eu espero poder contribuir com a sociedade e contribuir muito com o mundo do esporte.” Disse o medalha de prata olímpico.
Willian Lima, medalhista de prata, levou a família a Paris:
“Bom, eu tive a possibilidade, o prazer da minha família estar presente nos Jogos Olímpicos. Minha esposa e meu filho, foram assistir, então eles conseguiram estar junto de mim em um dos momentos mais especiais da minha vida. Consegui aproveitar um pouco lá com eles também, depois da competição. Pra mim isso, além de ganhar a medalha, eu consegui registrar um dos momentos mais incríveis. Acho que talvez o momento mais incrível da minha vida, que foi conseguir colocar a medalha no pescoço do meu filho assim que eu saí do pódio. Isso pra mim vai ficar marcado na minha história o resto da vida e não tem nada que vai tirar isso de mim.”
Em relação a saudade dos parentes que ficaram no Brasil, Willian esta matando a saudades aos poucos “Já consegui ver algumas pessoas, já consegui ver meus pais. Eu não consegui ver todo mundo ainda que me ajudou, que me apoiou. Eu vou conseguir fazer isso ao longo da semana. Tem muita gente que eu quero demonstrar meu agradecimento.
Durante a caminhada teve vários motivos para poder ter desistido, mas sempre confiaram em mim que eu tinha capacidade de ser medalhista olímpico até campeão olímpico. Então eu vou depois agradecer a todos eles, passar na casa de cada um, encontrar com cada um. Porque, como a Bia falou, a gente não conquista essa medalha sozinho. O judô, a gente fala que ele é o esporte individual mais coletivo que existe, porque essa medalha foi feita por várias mãos. Não só atleta, mas técnico, os parceiros de treino, fisioterapeuta, nutricionista. É um time muito grande por trás disso. E eu acho que eu nunca vou conseguir demonstrar a gratidão que eu tenho por eles, mas eu quero que eles saibam que essa medalha é nossa, não é só minha. É de todo mundo que teve presente, teve comigo nessa jornada.”
A medalhista de ouro, Beatriz Souza, também destacou o apoio familiar. “Primeiro, eu fui muito bem referenciada na minha vida durante toda a minha trajetória. Primeiro dentro de casa, pelos meus pais, minha família, minha base. Eu tenho um marido incrível também ao meu lado. Desde que eu entrei no judô, sempre tive atletas renomados, não só colegas de clube, atletas de seleção, desde a época de base. Mas eu posso dizer que eu tenho milhares de inspirações. Tenho excelentes referências e é um orgulho poder estar sendo uma referência, acho que não só para todas as crianças, mas para todas as mulheres também. Para todo mundo que tem um sonho, acaba desacreditando. Eu quero ser aquela imagem que a gente fala assim, meu, é possível, acreditem. Eu sou a realização da minha maior conquista. Eu fui atrás, eu busquei. Claro que não sozinha, eu tive… Nossa, tanto que eu tive de ajuda, não dá nem para contar nos dedos. Mas o fato de persistir, superar todos os obstáculos, enfrentar todas as dores e manter firme, acreditando em um único sonho, viver essa realização é incrível. Então, eu espero poder passar isso para todos, de uma forma geral. Que acreditem, confiem no processo, por mais árdua que ele pode ser, no final a recompensa é muito maior do que a gente espera.”
A medalhista de bronze Larissa Pimenta agradeceu o apoio do clube e do presidente Brazolin em suas lutas “Eu e a Bia não levamos nossos familiares mas o presidente estava lá e acabou torcendo por nós, acabou dando muita força para nós, o apoio do clube foi essencial para nós”, concluiu.