Brasil vence Grand Prix Paralímpico de Judô de São Paulo

Atletas e membros da comissão técnica brasileira © Tuane Fernandes / CBDV

Judocas brasileiros conquistam 17 medalhas (seis ouros, três pratas e oito bronzes) e mantêm País invicto na temporada; a meta agora é o mundial, em novembro

Por Paulo Pinto / FPJudô
4 de julho de 2022 / São Paulo (SP)

Neste fim de semana o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro foi palco do IBSA Grand Prix de São Paulo, que conta pontos para o ranking mundial, reunindo na capital paulista 77 atletas de 21 países de quatro continentes.

Judocas de 21 países e de quatro continentes participaram Grand Prix de São Paulo © Paulo Pinto / FPJudô

No sábado (2) a seleção brasileira deu importante passo rumo à conquista do título obtendo oito medalhas, sendo duas de ouro, uma de prata e cinco de bronze. No domingo (3), consolidou a vitória com mais nove presenças no pódio, totalizando 17 medalhas: seis de ouro, três de prata e oito de bronze.

Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Helder Maciel, secretário-geral da CBDV; Henrique Guimarães, medalhista olímpico; Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro; e José Antônio Freire, presidente da CBDV © Simone Lima / FPJudô

O Cazaquistão, vice-campeão, fez três finais e somou sete medalhas (dois ouros, uma prata e quatro bronzes). A Argélia, terceira colocada, também disputou três finais e totalizou quatro medalhas (dois ouros, uma prata e um bronze). Disputando três finais, a França ficou em quarto lugar, com quatro pódios (um ouro, duas pratas e um bronze). A quinta colocação foi assegurada pelo Canadá, que disputou três finais e obteve três pódios (um ouro e duas pratas).

Thiego Marques conquistou a medalha de prata no (J2) / até 60kg © Paulo Pinto / FPJudô

O Brasil já havia vencido as duas etapas anteriores do circuito da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos), na Turquia e no Cazaquistão. O foco agora é o Mundial de Baku, no Azerbaijão, de 7 a 9 de novembro.

Henk Plugge, diretor de Arbitragem da IBSA; Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; e Kenichi Shoshida, diretor de Arbitragem da IBS © Simone Lima / FPJudô

Em uma das disputas mais emocionantes do dia, na J2 (baixa visão) acima de 70kg, as brasileiras Rebeca Silva e Meg Emmerich voltaram a enfrentar-se logo na estreia. Derrotada nos principais combates diante da adversária no ciclo anterior, Rebeca mostrou por que é a atual melhor do mundo na categoria e deu o troco na conterrânea.

Roberto Nunes Paixão venceu o primeiro combate no osae-komi © Paulo Pinto / FPJudô

Em seguida, ela venceu a francesa Prescillia Leze, terceira do ranking, e confirmou o terceiro ouro na temporada. “Toda a experiência do ciclo passado serviu para alguma coisa. Este ano, vim com cabeça, corpo e técnica melhores. Foi muito importante essa vitória, temos o mundial pela frente e quero sempre evoluir”, vibrou a paulista de 21 anos. Meg acabou ficando com a prata, pois também ganhou da francesa.

Mauzler Paulinetti, representante do CREF4/SP; Tibério Maribondo, membro do Comitê Organizador Local; e Marco Aurélio Uchida, coordenador técnico da FPJudô © Paulo Pinto / FPJudô

O paraibano Wilians Araújo e o potiguar Arthur Silva, líderes do ranking em suas categorias alcançaram o terceiro ouro no circuito Grand Prix IBSA 2022. O primeiro venceu no peso pesado (acima de 90kg) da J1 (cego total). O segundo, na categoria até 90kg da J1.

Na final masculina acima de 90kg Wilians Araújo (BRA) levou a melhor sobre Jason Grandry (FRA) © Tuane Fernandes / CBDV

Ao avaliar sua conquista o judoca potiguar lembrou a experiência adquirida em uma década de disputas. “Muito treinamento e muita dedicação que não vêm de hoje. São mais de dez anos de carreira. E, agora, estamos colhendo os frutos que sempre almejamos”, disse Arthur, que para chegar ao ouro venceu o cazaque Bauyrzhan Astanbekov, o sueco Oscar Widegren e o tailandês Kittikai Chaisin.

Arnaldo Queiroz, secretário-geral da FPJudô; Matheus Teotônio, gerente de Esportes do Comitê Brasileiro de Clubes; Marco Aurélio Uchida, coordenador técnico da FPJudô; e Alessandro Puglia, presidente da FPJudô © Simone Lima / FPJudô

Já o paraibano Wilians Araújo passou pelo argelino Abderrahmane Chetouane, pelo cazaque Yerlan Utepov e pelo francês Jason Grandry (vice-líder do ranking).

“Fico muito feliz porque isto é fruto do esforço de muita gente. Quando entro nos tatamis, por trás deste judogi tem o trabalho e o nome de muitas pessoas. E essa medalha não é só para mim. Descobri na semana passada que vou ser papai!”, contou Wilians, que terá seu primeiro filho com a esposa Claudinete.

Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Tibério Maribondo, membro do COL; José Antônio Freire, presidente da CBDV; Mizael Conrado, presidente do COB; János Tardos, presidente do Comitê Esportivo de Judô da IBSA; Helder Maciel, secretário-geral da CBDV; Aracélia Costa, secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Vinícius Schaefer, secretário adjunto Municipal da Pessoa com Deficiência © Tuane Fernandes / CBDV

Wilians fez dobradinha em sua chave com o veterano Antônio Tenório, que conquistou, que o bronze após derrotar o cazaque Yerlan Utepov na disputa do bronze.

Tibério Maribondo, José Antônio Freire e Helder Maciel © Simone Lima / FPJudô

O quarto ouro do Brasil, no domingo, saiu do duelo eletrizante entre a brasileira Erika Zoaga e a venezuelana Danitza Sanabria, as duas únicas atletas inscritas na J1 acima de 70kg. Nesse caso, o sistema de disputa prevê uma série melhor de três para definir a campeã. Erika começou vencendo, depois perdeu a segunda luta. O ippon na terceira levantou a torcida na arquibancada do CT.

“Era tudo ou nada! Tive de entrar focada e, com o apoio dos técnicos, consegui superar as adversidades e vencer”, falou a atleta, que já havia conquistado a medalha de prata no Cazaquistão.

O ippon de Nathan Petit (FRA) sobre Azamat Nokushev (KAZ) © Paulo Pinto / FPJudô

O Brasil ainda foi prata com Brenda Freitas e bronze com Karoline Duarte na categoria J1 até 70kg, além de bronze com Michele Ferreira (J2 até 70kg).

Conquistas de sábado

Um dos destaques foi a potiguar Rosicleide Andrade. Campeã nos dois torneios anteriores do circuito de Grand Prix da IBSA, ela repetiu a dose dentro de casa. Sua categoria (J1 até 48 kg) contou com apenas uma adversária, a argentina Rocio Ledesma. A brasileira não deu chances à oponente e ganhou as três lutas da série.

Dirigentes e árbitros que atuaram no Grand Prix Paralímpico de São Paulo © Tuane Fernandes / CBDV

“Eu me sentia muito cobrada por vir de duas conquistas e estar dentro de casa. Era uma cobrança minha mesmo, querendo me manter no pódio. E foi concentrar, focar, fazer o que eu vinha treinando, para dar tudo certo!”, comemorou a atleta de 24 anos, que se mantém na liderança do ranking mundial com mais esta conquista.

Jaime Bragança, Tibério Maribondo, Alessandro Puglia, Adriano Serrão, Alexandre Garcia, Henrique Guimarães e Hatiro Ogawa © Simone Lima / FPJudô

Quem também saiu da arena multiuso com a dourada no peito foi o paraense Rayfran Pontes, que não precisou nem lutar na grande decisão, pois seu adversário, o romeno Florin Bologa, líder do ranking na categoria J1 até 73 kg, desistiu do combate por conta de uma lesão na panturrilha sofrida o torneio.

Mais uma luta definida no osae-komi © Tuane Fernandes / CBDV

“Estava preparado para lutar, já sabia o que fazer. Mas só tenho a agradecer ao sensei Jaime e ao sensei Garcia porque acreditaram em mim, me convocaram para as fases de treinamento e me trouxeram para esta competição. Também queria agradecer a quem torceu em casa por mim e à CBDV por toda a estrutura dada”, disse o judoca de 30 anos, que agora soma uma prata (Turquia) e um ouro no Grand Prix da IBSA.

Pódio do masculino (J2) / até 90kg © Tuane Fernandes / CBDV

O Brasil também faturou uma prata com Thiego Marques, na categoria J2 até 60 kg. Em uma chave com quatro judocas, todos se enfrentaram e, após ganhar duas lutas, o paraense perdeu do argelino Ishak Ouldkouider, que ficou com o ouro. “Não era o que eu queria, mas seguimos pontuando no ranking. Faltou pouco para o ouro, mas a próxima, se Deus quiser, será!”, comentou o atleta, que ainda busca sua primeira medalha dourada pela seleção adulta.

János Tardos, presidente do Comitê Esportivo de Judô da IBSA e José Antônio Freire, presidente da CBDV, fazem a entrega da premiação da classe acima de 90kg © Tuane Fernandes / CBDV

Mais cinco bronzes ajudaram os anfitriões a fechar o dia à frente dos demais países (são 21 participantes): Harlley Arruda (J1 até 73 kg), Benilce Araújo (J1 até 57 kg), Lúcia Araújo (J2 até 57 kg), Giulia Pereira (J2 até 48 kg) e Roberto Paixão (J1 até 60 kg). Dos brasileiros em ação neste sábado, apenas Larissa Silva (J1 até 57 kg) e Elielton Oliveira (J1 até 60 kg) não foram ao pódio.

Dobradinha brasileira no pódio feminino acima de 70kg © Tuane Fernandes / CBDV

Patrocínio

A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do Judô Paralímpico Brasileiro.

Tibério Maribondo e Helder Maciel premiam o pódio feminino acima de 70kg © Tuane Fernandes / CBDV

Apoio

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e a Federação Paulista de Judô (FPJudô) são parceiras da CBDV na organização do evento.

Alessandro Puglia faz entrega da premiação do pódio da classe masculino (J1) / até 60kg © Tuane Fernandes / CBDV

Pódios individuais

FEMININO (J1) / ATÉ 48kg
1ª: Rosicleide Andrade (BRA)
2ª: Rocio Ledesma Dure (ARG)

FEMININO ATÉ 57kg
1ª: Priscilla Gagne (CAN)
2ª: Paula Gomez Martinez (ARG)
3ª: Benilce Araújo (BRA)

FEMININO (J2) / ATÉ 48kg
1ª: Akmaral Nauatbek (KAZ)
2ª: Carmen Brussig (SUI)
3ª: Giulia Pereira (BRA)

Pódio masculino acima de 90kg © Tuane Fernandes / CBDV

FEMININO ATÉ 57kg
1ª: Dayana Fedossova (KAZ)
2ª: Laura Gonzalez (ARG)
3ª: Lúcia Araújo (BRA)

MASCULINO (J1) / ATÉ 60kg
1º: Marcos Blanco (VEN)
2º: Faical Chebieb (ALG)
3º: Roberto Nunes Paixão (BRA)
3º: Yonaldy Gonzalez Miyares (CUB)

MASCULINO ATÉ 73kg
1º: Rayfran Pontes (BRA)
2º: Florin Bologa (ROU)
3º: Yergali Shamey (KAZ)
3º: Harlley Arruda (BRA)

Comissão técnica e atletas que competiram no sábado (2) © Tuane Fernandes / CBDV

MASCULINO (J2) / ATÉ 60kg
1º: Ishak Ouldkouider (ALG)
2º: Thiego Marques (BRA)
3º: Bryan Gerardo Beltran (MEX)

MASCULINO (J2) / ATÉ 73kg
1º: Mouloud Moula (ALG)
2º: Nathan Petit (FRA)
3º: Azamat Nokushev (KAZ)

FEMININO (J1) / ATÉ 70kg
1ª: Nicolina Pernheim (SWE)
2ª: Brenda Freitas (BRA)
3ª: Karoline Duarte (BRA)

Tibério Maribondo premia a classe feminino até 57kg © Tuane Fernandes / CBDV

FEMININO ACIMA DE 70kg
1ª: Erika Zoaga (BRA)
2ª: Danitza Sanabria (VEN)

FEMININO (J2) / ATÉ 70kg
1ª: Dalidaivis Rodriguez (CUB)
2ª: Michelle Jorgensen (CAN)
3ª: Michele Ferreira (BRA)

FEMININO ACIMA DE 70kg
1ª: Rebeca Silva (BRA)
2ª: Meg Emmerich (BRA)
3ª: Prescillia Leze (FRA)

Henrique Guimarães e Alessandro Puglia premiaram as medalhistas da classe feminino até 57kg © Tuane Fernandes / CBDV

MASCULINO (J1) / ATÉ 90kg
1º: Arthur Silva (BRA)
2º: Bauyrzhan Arstanbekov (KAZ)
3º: Oscar Widegren (SWE)

MASCULINO ACIMA DE 90kg
1º: Wilians Araújo (BRA)
2º: Jason Grandry (FRA)
3º: Abderrahmane Chetouane (ALG)
3º: Antônio Tenório (BRA)

MASCULINO (J2) / ATÉ 90kg
1º: Helios Latchoumanaya (FRA)
2º: Benjamin Goodrich (USA)
3º: Jacque Joubert (RSA)
3º: Zhanbota Amanzhol (KAZ)

MASCULINO ACIMA DE 90kg
1º: Christopher Skelley (GBR)
2º: Jack Hodgson (GBR)
3º: Talgat Azhgaliyev (KAZ)

O pódio da classe masculino (J1) / até 90kg © Tuane Fernandes / CBDV

Quadro geral de medalhas

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