Colação de grau da primeira turma do Keisei No Michi projeta judô paulista a outro patamar

Fruto da parceria entre CREF4/SP e FPJudô, primeiro projeto acadêmico-profissionalizante oficial da modalidade no Brasil aprovou 74 alunos no núcleo básico

Por Paulo Pinto / FPJCOM
15 de fevereiro de 2023 / São Paulo (SP)

Realizada no auditório da 93ª subseção da OAB Pinheiros, em São Paulo, a cerimônia de colação de grau da primeira turma do projeto Kesiei No Michi (KNM) coloca definitivamente o judô paulista em nível mais alto. Além de formar faixas-pretas atletas e praticantes, agora a Federação Paulista de Judô (FPJudô) capacita e forma instrutores de judô em parceria com o Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo (CREF4/SP), visando à excelência no atendimento da sociedade.

Após a execução do Hino Nacional, a cerimônia começou com a homenagem feita por José Jantália, cerimonialista da FPJudô, aos grandes advogados e juristas do Brasil.

“Contamos com a presença de grandes nomes da Secretaria Estadual de Esporte, do CREF4/SP e da FPJudô e por estarmos numa sede da OAB peço licença para reverenciar e homenagear grandes advogados e juristas do Brasil representados por esta casa. Nomes como Clóvis Beviláqua, Rui Barbosa, Ives Gandra Martins, Guilherme de Almeida, Heráclito Sobral Pinto, Miguel Reale, Regina Quintanilha, Pontes de Miranda, Luís Gama, Myrthes Gomes, José Martins Pinheiro e Francisco Müssnich. É neste ambiente que daremos início à cerimônia de colação de grau da primeira turma do ambicioso projeto Keisei No Michi.

A solenidade reuniu personalidades políticas e esportivas, dirigentes e familiares dos alunos aprovados na primeira turma do Keisei No Michi. Entre as autoridades presentes estavam Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Rialdo Tavares (CREF 011507-G/SP), vice-presidente do CREF4/SP, representando Nelson Leme (CREF 000200-G/SP), presidente da entidade; coronel Paulo Sérgio Merino, coordenador de Esportes do Estado de São Paulo; José Alexandre Pereira de Araújo, prefeito de Aguaí; Mauzler Paulinetti, secretário-geral do CREF4/SP; e Sérgio Lex, vice-presidente da FPJudô.

Também participaram da cerimônia os dirigentes do Keisei No Michi Alexandre Janotta Drigo, diretor-geral; Fábio Rodrigo Gomes (CREF 8783-G/SP), coordenador de TCC; Luís Alberto dos Santos (CREF 13429-P/SP), presidente da comissão especial de lutas; Marcelo Fugimoto, coordenador de tecnologia; e Fernando Ikeda Tagusari (CREF 121172-G/SP), coordenador pedagógico; além dos membros da comissão de lutas Alexsander José Guedes (CREF 027992-G/SP); Almir Mendes da Silva (CREF 002657-G/SP); Anderson Dias de Lima (CREF 008597-G/SP); Cléber do Carmo (CREF 006944-G/SP); Reinaldo Naia Cavazani (CREF 015680-G/SP); Wagner Oliveira do Espírito Santo (CREF 001933-G/SP); e os docentes Frank Suzuki (CREF 024163-G/SP); e Douglas Eduardo Vieira (CREF 01675-G/SP), medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984.

Juramento

Alexandre Janotta Drigo abriu a sessão solene e após os cumprimentos convocou os alunos aprovados a fazerem o juramento, proferido pelo medalhista olímpico Henrique Carlos Serra Azul Guimarães, um dos 74 alunos aprovados no curso.

“Juro honrar o grau de Instrutor de Judô que solenemente recebo com ética, dignidade e respeito à vida e ao meio ambiente. Com o conhecimento adquirido buscarei contribuir para o desenvolvimento do judô de forma justa e para a prosperidade da humanidade. Prometo, no exercício de minhas atividades, ser fiel aos princípios da honestidade e da ética, servir a todo o ser humano, sem qualquer distinção, jamais atentar contra a dignidade da pessoa humana, buscar a justiça, a liberdade e a paz.”

A seguir o professor kodansha shichi-dan (7º dan) Antônio Roberto Coimbra, judoca mais graduado da primeira turma do Keisei No Michi, falou em nome de todos os aprovados.

“Quando surgiu o curso, comentei com o sensei Ikeda que a iniciativa da FPJudô e do CREF4/SP era muito bacana, mas lamentei não ter a certeza de que iria poder participar em função dos compromissos já assumidos. Mas ao ler a proposta, em dez minutos eu já estava matriculado. Quero então em nome de todos os alunos agradecer e parabenizar a gestão do sensei Puglia e do professor Nelson Leme, por esta parceria fantástica para nós esportistas e praticantes. Como disse o sensei Alessandro, nada mais será igual daqui para frente e, como dizem na atualidade, a fila andou. Em breve teremos novos módulos nos aperfeiçoando cada vez mais e isso será parte integrante de todos os cursos que todo ano fazemos na federação. Anualmente estamos presentes nos cursos de kata, capacitação técnica, organização esportiva, historia da filosofia, gestão de eventos, enfim isso é muito gratificante para a nossa formação e a qualidade do nosso esporte. Como dizia sempre um ex-presidente dos Estados Unidos: Somente o melhor é suficientemente bom.”

A seguir houve atribuição de mérito acadêmico e menções honrosas aos alunos que mais se destacaram na primeira turma do Keisei No Michi. A primeira colocada no quesito mérito acadêmico foi a aluna Vivian Guedes. O segundo colocado foi o professor Diego Buson, enquanto o terceiro colocado foi Gregório Sabbag.

Oa alunos do curso laureados com a menção honrosa foram Antônio Roberto Coimbra, Vânia Ishii, Maria Cristina Amorim, Henrique Guimarães, Carlos Hayashida, Cléber do Carmo e Danielle Yuri Barbosa.

Caminho sem volta

No primeiro pronunciamento, o professor Alessandro Puglia agradeceu a diretoria do CREF4/SP pela parceria inédita que resultou em um novo momento para o judô do Estado de São Paulo. Antes, porém, agradeceu ao presidente da OAB de Pinheiros, o eminente advogado Paulo Sérgio Ferraz de Camargo, ex-atleta de polo aquático do Esporte Clube Pinheiros, que cedeu o auditório da 93ª subseção de Pinheiros para a realização da cerimônia.

“Estou muito feliz e emocionado porque a partir de agora, para Profissionais de Educação Física e professores de judô do Estado de São Paulo, o dia 11 de fevereiro representará um marco histórico estabelecido pela FPJudô e o CREF4/SP. Foi uma construção realizada a várias mãos; uma delas está aqui: o nosso professor e cientista Alexandre Drigo, que, após passar varias noites em branco e realizar numerosas reuniões, fez o esboço desse projeto que hoje se consolida como mais um produto e um serviço oferecido pela FPJudô e o CREF4/SP. Segundo Drigo, a sementinha foi deixada pelo sensei Sugizaki e envolveu grandes nomes do judô e, paradoxalmente, da Educação Física, como o do professor Anderson Lima, ex-delegado da federação e atual delegado do conselho. Hoje estamos dando os primeiros passos rumo ao futuro, mas estou certo de este é um caminho que não tem volta. Tenho plena convicção do que estou falando”, disse o dirigente, que agradeceu o comprometimento de todos envolvidos.

“Sou grato a todos aqueles que fizeram esse projeto acontecer, a comissão de lutas do CREF4/SP e nossos colaboradores capitaneados pelo professor Drigo. Faço um agradecimento especial ao professor Nelson Leme que desde o início avalizou e impulssionou esta iniciativa. Digo sempre que a quem muito foi dado, muito será cobrado. Então façam tudo muito bem feito, busquem permanentemente a excelência e continuem estudando porque esse é um caminho que não tem volta.”

CREF4/SP e FPJudô irmanados

O presidente do CREF4/SP, Nelson Leme da Silva Junior, deveria fazer o pronunciamento seguinte mas, por conflitos de agenda, deixou a leitura para o vice-presidente professor Rialdo Tavares.

“Neste dia dedicado à finalização dos trabalhos do curso de formação de instrutores com a cerimônia de entrega de seus merecidos certificados, fazemos história no esporte do Estado de São Paulo. A FPJudô e o CREF4/SP se irmanaram para compartilhar os desafios relacionados à melhoria dos serviços prestados à sociedade brasileira no âmbito do judô, esporte olímpico que muita glória trouxe ao nosso País.

“Vocês fazem parte da primeira turma e que validou a matriz curricular, o sistema de ensino com aulas virtuais, TCCs e enfrentando tantas outras situações, e se puseram à prova.

“Então, não preciso dizer que os que estão aqui hoje já são vencedores, persistentes, corajosos, que certamente tiveram muitos motivos para se acomodar, mas decidiram persistir e correr atrás de conhecimento e melhorar sua formação! E por isso os congratulo!

“É uma emoção muito grande ter sido convidado para ser patrono desta primeira turma e, mesmo a distância, estou pensando em vocês, na alegria do cumprimento desta etapa e torcendo para que continuem os estudos.

“Desta forma, deixo aqui registrado meus parabéns a todos os alunos, aos professores, gestores do projeto, da FPJudô e à Comissão de Lutas do CREF4/SP pelo empenho, dedicação, respeito e amor direcionado à Educação Física e ao judô.

“Agradeço imensamente por vocês terem permitido que, ainda que a distância, eu pudesse estar aqui hoje através destas palavras e dedicando a vocês o apreço que tenho ao judô. Encerrando, gostaria de agradecer a todos os professores, profissionais e funcionários da FPJudô e CREF4/SP que estiveram envolvidos no processo de formação de vocês.”

Mudanças necessárias

Em sua avaliação sobre a importância da cerimônia, Rialdo Tavares reafirmou as palavras do presidente Puglia, de que a capacitação e a formação de instrutores de judô visando à excelência no atendimento a sociedade é verdadeiramente um caminho sem volta.

“Percebo que neste momento o mundo passa por transformações diversas – tecnológicas, de valores morais – e eu acho que nós temos um futuro brilhante pela frente.  Hoje mesmo conversávamos sobre gestão e concluímos que trabalhos importantes não nascem da noite para o dia. Trabalhos importantes nascem de ideias, ações, perseverança de encontrar o caminho certo, sempre conversando para encontrar o modelo ideal. E o Conselho Regional de Educação Física de São Paulo tem um propósito muito firme: nós entendemos que a Educação Física é muito maior que o esporte. É uma espécie de guarda-chuva que primeiro absorve a atividade física, e o esporte é apenas uma ferramenta, ou uma parte disso. Infelizmente durante muitos anos se confundiu esporte com Educação Física, e acho que é com esse pensamento que o conselho abre as portas para que a gente encare uma gestão futura, gestão esta pública ou privada. Não se faz nada pensando no hoje, faz-se pensando no futuro. Assim, reitero a afirmação do professor Alessandro, de que este movimento não tem volta. É esse o entendimento que o conselho possui hoje, sobre cuidar da atividade física em virtude de uma saúde pública. Ele passa hoje a se concretizar com os senhores, como professores de judô credenciados pelo conselho responsável por toda a fiscalização. Afinal de contas, o nosso objetivo é proteger a sociedade dos maus profissionais.”

Rialdo projetou que das mãos dos formados talvez nasçam os próximos Henrique Guimarães, mas que o percentual de atletas que chagam a esse nível é muito pequeno. “É muito difícil chegar ao topo do pódio e todos os senhores sabem disso, e é justamente daí que vem a grande responsabilidade dos senhores junto a este conselho. Teremos nas nossas mãos milhares de crianças, mas com certeza os senhores terão a oportunidade de formar homens com caráter e disciplina, o que vai ser muito mais importante para a sociedade. Aquele que sobe ao pódio nos enaltece, eleva o nome do País e fica marcado na historia, mas aqueles que mostram para uma criança o caminho dela fica marcado na historia daquele ser. Então, deixo aqui a responsabilidade e a confiança desta federação e deste conselho nas mãos dos senhores. Nós estamos mudando a cabeça de uma profissão e é preciso neste momento que mudanças importantes aconteçam. Tenho certeza de que, como foi feito 45 anos atrás, plantamos uma semente que hoje brota, mas precisa ser regada para que vire uma árvore e dê frutos.”

Coragem de inovar

Autor do Projeto Judô nas Escolas, que mantém a modalidade permanentemente em quatro escolas do município, o prefeito de Aguaí, Alexandre Araújo, acredita que a implementação do Keisei No Michi fará com que a prática do judô se pulverize ainda mais por todo o Estado de São Paulo.

“A inciativa da FPJudô de criar em parceria com o CREF4/SP o curso para formação de instrutores é um avanço, não só para os profissionais que atuam no setor privado, mas muito mais importante ainda para os profissionais que atuam em projetos públicos, sejam eles de cunho assistencial ou de formação, como é o caso de Aguaí, que tem o judô em sua grade horária em quatro escolas municipais. Essa oportunidade dá ao profissional de judô o aprimoramento necessário para atuar na formação de alunos da rede pública convergente com as diretrizes pedagógicas aplicadas nas escolas. Isso fará com que a prática do judô se espalhe ainda mais pela sociedade paulista. Parabéns à FPJudô e ao CREF4/SP pela coragem de inovar.”

Fusão do tradicional com o moderno

O coronel Paulo Sérgio Merino, coordenador de Esportes do Estado de São Paulo, fez uma leitura muito oportuna sobre a fusão da formação tradicional do judô, utilizada desde o início do século passado, com o complemento pedagógico moderno oferecido por meio do Keisei No Michi.

“Tradicionalmente, os professores de quase todas as artes marciais costumam se formar faixa preta, somente após um longo e extenuante processo de graduação que costuma levar, no mínimo, oito anos e essa escalada demanda comprometimento gigantesco, o que, paulatinamente, vai lapidando o praticante até deixá-lo verdadeiramente apto a assumir o posto de yudansha e iniciar sua formação complementar. Além de toda a preparação filosófica, técnica e dos princípios básicos do judô, esse novo professor precisa completar seu conhecimento com os requisitos modernos que passam pela fisiologia, preparação física e tática, psicologia, pedagogia, sociologia e gestão de pessoas e recursos financeiros, porque a cobrança feita pelo mercado de trabalho e pela sociedade sobre toda a questão docente é gigantesca”, disse Merino.

“Desenvolvido e chancelado pelo CREF4/SP e a FPJudô, o curso qualifica e forma uma nova geração de professores que inicialmente recebem o conhecimento tradicional, que sempre foi muito bom, mas precisava ser complementado e harmonizado com informações, não menos importantes, que atendem às demandas do mercado. O Kisei No Michi nada mais é que a fusão do tradicional com a modernidade da ciência e das melhores técnicas pedagógicas, para que o aluno possa evoluir e crescer cada vez mais, como professor ou, como cidadão, tendo sempre comportamento digno de um indivíduo que está pronto para colaborar com a sociedade”, explicou o coordenador de Esportes do Estado de São Paulo.

Clique AQUI e acesse a pasta de fotos da cerimônia de colação de grau da primeira turma do projeto Keisei No Michi.

Alunos aprovados

Ageo Maurício de Oliveira Neto
Alex Pereira dos Santos
Alexandre Turri Zeitune
André Luis Pessinati
André Luiz Lopes dos Santos
Antônio Roberto Coimbra
Carlos Alberto de Oliveira Mendes
Carlos Eduardo Evangelista Gomes
Carlos Roberto Hayashida Júnior
Carlos Vitório Caldas Pinto
Cleber do Carmo
Clóvis Vieira de Melo
Daniel José da Silva
Daniele Yuri Barbosa
Danilo de Almeida Gonçalves
Danilo Tadeu Claudiano Pertrucci
Diego Buson Souza Oliveira
Diogo Estevão Lagoa Santos
Edgar Shizuo Yoshioka
Edilson Ferreira da Silva
Edson de Freitas
Edson Masson Lima
Eduardo Cancian Vieira
Eduardo Hiroshi Oliveira Nakate
Eudes Gabriel do Nascimento
Fábio Guedes Garcia da Silveira
Fernando Tomé de Arruda
Flávia Aparecida de Camargo Paiva
Francis Minoru Endo Ura
Gregório Paoli Conrado Sabbag
Henrique Carlos Serra Azul Guimarães
Ismael Santos da Silva
Ivanildo Gonçalves
Jamile Miranda
José Alfredo Dallari Júnior
José Carlos de Godoi Leite
José Ricardo Pepe
Juliana Machado Ribeiro Rigo
Leonardo José da Silva
Lindonar de Oliveira Santos
Luciano Alvarenga de Souza Pinto
Luciano Makoto Borges Hirakawa
Marcela de Barros Lisboa Barbosa
Marcelo Kenji Fuzita
Marcos Roberto Jochi
Maria Cristina Amorim Antunes
Mariana Ayumi Nakamura Hayakawa
Mário Sérgio Uehara
Milton Tadashi Nakamura
Murilo Francisco Barella
Nélson de Moura
Paloma Abreu Soares
Paulo Antônio Roveroni
Paulo Costa Júnior
Paulo Rogério Santagnelo
Raniere Mateus Aparecido Murça
Rebeca Camargo Baschiera
Renan Tavares
Rita de Cássia Cancian Marques
Rodolfo Mathias
Ronilson Justino Costa
Tadeu Pardim Santa Vica
Tiago Aparecido Calabrese
Tiago José de Andrade
Vanessa Souza Peres
Victor Yudji Nakaharada Kokubo
Vivian Felício Guedes Garcia da Silveira
Wagner da Cruz Aguiar
Willian Lima Martins de Oliveira
Willians Augusto Claudino de Oliveira Cruz
Wilson Roberto Alves
Yago Lucas dos Santos
Yasuo Vicente Kanashir