Coordenadores aprovam novo formato da arbitragem, mas a aplicação em São Paulo ainda será gradativa

João David de Andrade atuando como árbitro comissionado no Campeonato Paulista Sênior © fpjcom

Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô, e a adjunta Marilaine Ferranti falam também da qualificação dos árbitros, que no novo formato terão mais autonomia.

Por Paulo Pinto / fpjcom
7 de dezembro de 2023 / São Paulo (SP)

No Campeonato Paulista Sênior, a coordenação de arbitragem da Federação Paulista de Judô (FPJudô) escalou pela primeira vez um árbitro que atuou no shiai-jô e apenas um comissionado que ficou na mesa, operando o vídeo. Esse formato, instituído pela Federação Internacional de Judô (FIJ) e já aplicado pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ), será aplicado paulatinamente nas competições paulistas.

Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô © fpjcom

Takeshi Yokoti, coordenador estadual de arbitragem, adiantou que o novo formato será adotado nos campeonatos sub 18, sub 21 e sênior, nos quais, por se tratar de categorias de alto rendimento, há uma cobrança muito grande por parte dos técnicos. “Não temos estrutura, equipamentos e pessoal capacitado em quantidade suficiente para estender a prática a eventos, como a Copa São Paulo”, explicou Yokoti. “Então, a transformação integral do formato da arbitragem vai demandar uma adequação que será feita paulatinamente.”

Kendi Yamamoto e Leandro Alves Pereira atuando cada um em uma área FPJudô © fpjcom

Mais distante ainda está o uso do equipamento empregado pela FIJ nas competições internacionais, com imagens captadas de vários ângulos simultaneamente, semelhante ao VAR das competições de futebol.  “Isso assegura uma decisão 100% correta, mas ainda não dispomos desses equipamentos.” Nos eventos da FPJudô apenas duas câmeras, uma frontal e outra oposta, capturando as imagens.

“A arbitragem tende a melhorar porque o árbitro que atuará nos tatamis estará sozinho, o que pressupõe uma equipe mais qualificada.”

Importante neste momento, porém, é saber se a modificação traz alguma vantagem, do ponto de vista da arbitragem. Tanto Yokoti, quanto a coordenadora adjunta, Marilaine Ferranti Antonialli, entendem que o novo formato dá mais autonomia ao árbitro nos tatamis, que antes ficava, de certa forma, sob observação constante dos dois árbitros de mesa, cujas avaliações decidiam de forma definitiva quando os lutadores mereciam pontos ou punições.

O árbitro Marinaldo Andrade de Sousa observa o combate © fpjcom

“A função do comissionado, que opera o vídeo, é fazer algumas correções pontuais”, comentou Yokoti. “Apenas intervém em situações em que há dúvida ou necessidade de ratificar alguma decisão.” O coordenador acredita que o nível da arbitragem vai melhorar porque o árbitro dos tatamis atuará sozinho, o que pressupõe uma equipe mais qualificada.

Takeshi Yokoti e Marilaine Ferranti, sua adjunta © fpjcom

“Neste paulista sênior, em particular, fizemos uma escalação bem criteriosa dos árbitros, no que se refere tanto à graduação quanto às atuações anteriores”, afirmou a professora Marilaine. “Em todas as competições avaliamos o desempenho dos árbitros, observando desenvoltura e segurança, visando às escalações futuras.”

O experiente árbitro Leandro Tomé Correa acompanha uma final © fpjcom

“Cada evento demanda um nível específico de arbitragem”, detalhou. “No paulista sênior selecionamos quem tinha condições reais de atuar e trabalharam como comissionados os árbitros mais graduados e internacionais.” Segundo a coordenadora adjunta, foram escolhidos os árbitros com mais experiência, coordenadores de delegacias regionais, com graduação internacional. “Isso passa credibilidade tanto para os atletas quanto para os técnicos.”

Os árbitros William Suda, Andaluza Cossovan, Ângela Cerqueira e Guilherme Daud Ronchi, duas gerações da arbitragem paulista © fpjcom

A professora Marilaine acredita que os próprios árbitros de tatami gostaram do novo formato, porque conseguem ficar mais focados na luta e não preocupados em evitar erros. “Sempre que necessário, eles podem pedir apoio ao comissionado”. Yokoti observou ainda que o árbitro de tatami não pode assumir o lugar do comissionado. “Essa é uma recomendação da FIJ, e não uma regra.”

Árbitros que atuaram no paulista sênior com dirigentes, professores kodanshas e medalhistas olímpicos, na cerimônia de abertura © fpjcom

“Nós nos preocupamos sempre com o nível e a quantidade dos árbitros que atuam em nosso Estado. Por isso procuramos nos atualizar e seguir as normas da FIJ. Todas as inovações são absorvidas pela coordenação e colocadas em prática de imediato”, acrescentou Yokoti. “No caso dos comissionados, primeiro estamos formando uma equipe altamente qualificada, pois são eles que praticamente vão dirigir as competições, mas sempre com a supervisão da coordenação, ou seja, toda competição além dos comissionados, os coordenadores de arbitragem, auxiliam em algumas decisões difíceis dos combates”.

Marilaine Ferranti auxilia o árbitro comissionado Kendi Yamamoto © fpjcom

A professora Marilaine ressaltou que a coordenadoria está preparando todos os árbitros mais novos para atuarem em eventos de maior importância. “Por serem treinados neste novo formato, eles estarão preparados para atuar em eventos nacionais e continentais. Um arbitro aspirante a FIJ, por exemplo, se for fazer exame em outro país, já vai levar essa experiência.”

Cada vez mais, a comunicação e os recursos audiovisuais são utilizados pela arbitragem esportiva © fpjcom

Os árbitros comissionados que atuaram no Campeonato Paulista Sênior 2023 são Kendi Yamamoto (FIJ A), João David de Andrade (FIJ B), Leonardo Augusto Pontes Arashiro (FIJ B) e Leandro Alves Pereira (FIJ B).

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