O comitê organizador projeta receber cerca de 4.300 judocas nos dois fins de semana da Copa São Paulo 2024 © fpjcom
Com o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Esporte e Lazer de São Bernardo do Campo, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou de 14 a 17 de março a primeira fase da 15ª edição da Copa São Paulo de Judô, da qual participaram 2.099 judocas das classes sub 13, sub 15, sub 18, sub 21 e sênior da divisão especial.
O Esporte Clube Pinheiros voltou a dar as cartas na competição vencida pelo Minas Tênis Clube em 2022 e pelo Sesi em 2023. O segundo colocado neste ano foi o Sesi e o terceiro, o Clube Athletico Paulistano.
Como ocorre tradicionalmente, o certame realizou-se no Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, e reuniu agremiações de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Amapá, Amazonas, Santa Catarina, Maranhão e São Paulo. Esta edição a copa recebeu uma equipe enviada pela Federação Angolana de Judô, composta por dez atletas e comissão técnica.
Durante a cerimônia de abertura do evento, Alex Mognon, secretário municipal de Esporte e Lazer, reafirmou a forte conexão entre sua cidade e o judô paulista, expressando orgulho em receber professores e atletas de vários Estados em São Bernardo.
“Este será mais um dia em que São Bernardo vai respirar judô. Recebê-los no início da temporada já virou tradição e é motivo de muito orgulho para todos aqueles que fazem a gestão do esporte em nosso município. Nossa proposta é colaborar cada vez mais na realização deste certame tão importante para a formação de atletas para a base da modalidade. Entendo que a nossa atuação seja um incentivo de suma importância no fomento objetivo da modalidade em todo o País.”
Ao todo, 226 entidades disputaram a fase inicial da 15ª edição da Copa São Paulo e entre elas, como era previsto, as principais agremiações de judô do Brasil, como Minas Tênis Clube (MG), Associação Canoense de Judô (KIAI) e Sogipa (RS), David Moura Academia de Judô e Associação Primaverense de Judô (MT), Zamboneti Judô e Associação Videirense de Judô (SC), Esporte Clube Pinheiros, Sesi, Clube Athletico Paulistano, Paineiras do Morumby, A Hebraica, Círculo Militar, ARCD São Bernardo e Projeto Olhar Futuro (SP). Entre os clubes de camisa compareceram São Paulo Futebol Clube, Sociedade Esportiva Palmeiras e Sport Club Corinthians Paulista.
Nos tatamis da 15ª edição da Copa São Paulo de Judô, todas as classes da divisão especial protagonizaram confrontos marcados por muita energia, evidenciando a qualidade e o vigor do judô brasileiro e o surgimento de talentos em diversas regiões do País.
Ao longo dos combates, atletas demonstraram uma determinação excepcional, superando-se a cada luta e reafirmando o comprometimento e a paixão que permeiam esse esporte. A atmosfera vibrante revelou não apenas a excelência técnica dos participantes, mas também a qualidade das suas escolas e a força de vontade e o espírito competitivo que impulsionam o judô nacional.
Foi um verdadeiro espetáculo de habilidade e dedicação, no qual cada confronto revelou a entrega total dos judocas, que não hesitaram em demonstrar todo o seu potencial nos tatamis. Esta edição da Copa São Paulo, além de celebrar a tradição e a excelência do esporte, sinalizou um horizonte promissor, repleto de novas perspectivas e oportunidades para uma nova geração que desponta.
Grandes ex-atletas que no passado fizeram história nos tatamis hoje fomentam a modalidade, e foram eles, ao lado de duas centenas de treinadores e professores famosos e outros ainda pouco conhecidos, que imprimiram o ritmo frenético da disputa realizada pela Federação Paulista de Judô em São Bernardo do Campo.
Figuras consagradas no circuito internacional, como Leandro Marques Guilheiro, Fúlvio Miyata, Maria Suellen Altman, Alexandre Dae Jin Lee, Douglas Eduardo de Brito Vieira, Hugo Pessanha, Carlos Eduardo Honorato, Vânia Ishii, Denílson Moraes Lourenço, Kira Yamazaki, Marcelo Contini e Marcos Dagnino, entre outros, trabalham para transmitir às novas gerações tudo que vivenciaram no Word Tour da FIJ para tornar o judô paulista cada dia mais competitivo.
Pentacampeão da Copa São Paulo de 2015 a 2019, nas duas últimas temporadas o Esporte Clube Pinheiros foi superado pelo Minas Tênis Clube e o Sesi, que ocuparam o lugar mais alto do pódio. Contudo, nesta edição o Pinheiros voltou ao topo da classificação geral, exibindo um trabalho técnico bastante consistente, retratado em 22 medalhas: 12 de ouro, quatro de prata e seis de bronze.
Leandro Guilheiro, head coach pinheirense, fez uma ampla análise do judô brasileiro. “Quando paramos para pensar no judô nacional hoje, constatamos que a competitividade aumentou demais, especialmente depois da pandemia. Tanto clubes quanto academias e agremiações têm acesso a recursos, seja de patrocinadores, seja do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) ou via Lei de Incentivo ao Esporte. Todos se têm profissionalizando, tanto que os principais treinadores do Brasil estão nos clubes e nas academias e promovem um revezamento natural dos resultados. Hoje é muito difícil manter uma hegemonia, como acontecia no passado. Mas o importante é se manter na briga, ficar sempre entre os primeiros e executar um trabalho consistente. Aliás, é muito importante manter consistência nos resultados, mas principalmente na performance dos atletas”, disse.
Sobre seu método de trabalho no Pinheiros, Guilheiro disse procurar sempre uma forma de melhorar, de fazer algo diferente. “Eu acabo me perguntando como passar minha visão de judô para os atletas e para a comissão técnica, sendo que cada um tem seu estilo, seu jeito de ser. Por isso, busco tirar o melhor de todo mundo, seja dos atletas, seja da comissão técnica ou dos profissionais de apoio. Sempre tento ajustar os processos, melhorá-los e torná-los cada vez mais eficientes. Assim, melhoramos cada vez mais como grupo, ficamos mais coesos, e consequentemente os resultados acabam aparecendo.”
Guilheiro lembrou que, além dos campeonatos mundiais das classes de transição (sub 18 e sub 21) e de adultos, este ano é especial devido aos Jogos Olímpico. Então, de alguma forma, os resultados acabam sendo consequência de muitos fatores. “O principal aqui no Pinheiros é ter um grupo muito coeso, com atletas de perfil muito definido e que trabalhem em grupo. Cada um trabalha o seu judô, sua lógica da sua luta, seus fundamentos, suas opções de combate – e aí aplicam tudo isso nas competições, aumentando muito a probabilidade de sucesso.”
“Na Copa São Paulo,” exemplificou Guilheiro, “o resultado acabou sendo uma consequência de como os atletas se prepararam; o desempenho deles ao longo da competição também foi consequência do que praticam no dia a dia. Nosso treino é extremamente duro, maçante, e eles se superam a cada dia. Mesmo cansados, buscam executar tudo aquilo que é ensinado, que é corrigido. Então, os atletas têm muito mérito pelo resultado que eles obtiveram, e eu fico muito feliz e orgulhoso de fazer parte dessa equipe.”
Outro fator de orgulho é o fato de o Pinheiros ter-se apresentado com um número relativamente reduzido de competidores. Cinco atletas do sub 18 estavam na Croácia, outros sete integram a seleção brasileira que corre o mundo atrás de pontos para Jogos Olímpicos de Paris, e mais cinco ficaram de fora por lesão. “Fazendo as contas, tínhamos cerca de 20 atletas do rendimento fora da copa, e mesmo assim conseguimos ter um resultado bastante consistente”, concluiu o head coach do Pinheiros.
O diretor do departamento de judô do Clube Pinheiros é Eduardo Achcar; a comissão técnica, comandada pelo professor kodansha hachi-dan (8º dan) Sérgio Malhado Baldijão, conta com expoentes dos tatamis como o medalhista olímpico Leandro Guilheiro, head coach; Denílson Moraes Lourenço (Zóinho), treinador; Maria Suellen Altman, treinadora; Marcelo Contini, treinador; Lorenzo Capelli, preparador físico; Hamilton da Silva Araújo, fisioterapeuta; Fernanda Bolzan, psicóloga; e João Pinheiro, nutricionista.
Desde a temporada passada o Sesi luta para vencer todas as competições que disputa e nesta edição da copa a equipe de Botucatu foi a que conquistou a maior quantidade de medalhas: 37, sendo nove de ouro, 12 de prata e 16 de bronze.
Alexandre Lee, o técnico do Sesi mostrou-se bastante satisfeito com o trabalho que vem sendo realizado há quase três anos. Depois de ser campeã da Copa São Paulo no ano passado, a equipe viu as disputas se tornarem mais acirradas, principalmente nas classes sub 18, sub 21 e sênior.
“Acho que o Sesi tem um papel importante no crescimento da competitividade e do investimento dos clubes, pois se tornou referência em gestão de equipe, principalmente do alto rendimento. O Sesi tem uma organização muito forte, pessoas capacitadas que trabalham e uma comissão multidisciplinar que participa efetivamente em todas as competições.”
Em relação às classes sub 13 e sub 15, o Sesi vem fazendo um trabalho importante de construção por meio dos dez polos de base que a instituição mantém, espalhadas pelo Estado de São Paulo. “Obvio que a gente só vai ver os resultados dessas classes um pouco mais à frente”, disse Lee. “Daqui a alguns anos, em competições como a Copa São Paulo, o Sesi vai ter uma vantagem importante. Estamos felizes, satisfeitos e trabalhando nesse ritmo para estar sempre no topo das disputas como a Copa São Paulo e outras competições de nível nacional.”
A equipe do Sesi é comandada pelo professor Victor Soares Leopoldo, orientador de esportes de rendimento; já a equipe multidisciplinar do Sesi Botucatu conta com os seguintes profissionais: Alexandre Lee (técnico), Marcos Inácio (auxiliar técnico), Bruno Campos (preparador físico), Danilo Jesus (fisioterapeuta), Aline Tritto (nutricionista) e Poliana Gonçalves (psicóloga). A atual equipe técnica da base é composta pelos professores Nilson Castro (Botucatu), Douglas Orsi (Campinas), Mariana Barros (Cruzeiro), Caio de Moura (Jundiaí), Adailton Dantas (Santo André) e Argeu Cardoso (São Bernardo do Campo).
O Clube Athletico Paulistano, um dos que mais investe nos tatamis, realizou uma campanha brilhante, conquistando 20 medalhas: sete de ouro, quatro de prata e nove de bronze.
Douglas Vieira, supervisor de judô da agremiação considera a terceira colocação parte do trabalho que visa a melhorar o rendimento da equipe em todas as disputas programadas para esta temporada. “No ano passado ficamos no quinto lugar geral; neste ano pudemos fazer um trabalho melhor, ampliamos um pouco a equipe e conseguimos um progresso importante.”
Segundo Vieira, o trabalho de preparação que a comissão técnica busca melhorar os pontos fortes dos atletas e verificar o que pode ser mudado. “Outra coisa importante é melhorar a condição física e técnica deles e eu acho que o que falta agora é burilar mais o punch de luta.” Com 50 atletas, o clube consegue agora equilibrar bem as categorias. “Foi uma Copa São Paulo bem suada, bem forte, mas vimos muitos atletas de qualidade e comissões técnicas com extremo profissionalismo”.
Vieira elogiou o investimento que o clube vem fazendo, principalmente no corpo técnico, composto por gente bastante experiente, o que se traduz em resultados. “Espero cada vez mais melhorar o desempenho de ano para ano, até classificar atletas para a seleção. A partir daí vamos conseguir maior retorno com relação às medalhas. Acho que é bastante importante para o clube a medalha do mundial, do pan-americano. O Natan, por exemplo, é um menino que veio de Santo André, está indo para a Europa agora, está em primeiro do ranking, ganhou esta competição, e está bem estimulado para dar sequência nos seus resultados”, expôs o supervisor de judô do Clube Paulistano.
O departamento de judô do judô do Clube Athletico Paulistano é comandado pelo sócio responsável Jean Hue, enquanto a equipe técnica é composta pelos seguintes profissionais: Douglas Eduardo de Brito Vieira, supervisor de judô; Marcos Dagnino, treinador; Giovani Marcon, estrategista e preparador físico; Rainner Oscisk, treinador da base; e Raí Ferreira, estagiário.
A segunda e última fase da Copa São Paulo 2024 realiza-se neste fim de semana, dias 23 e 24 de março, com as disputas de todas as classes da divisão aspirante, além das competições da classe veteranos e do kata.
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