Árbitros e dirigentes na competição © FPJCOM
Para Fernando Ikeda, criador do processo, o êxito desta inovação só foi possível em função da ampla sinergia entre os vários departamentos da Federação Paulista de Judô
Paulo Pinto / FPJCOM
29 de outubro de 2022 / São Paulo (SP)
Na entrevista concedida após o exame de graduação desta temporada, Fernando Ikeda Tagusari, coordenador executivo da Federação Paulista de Judô (FPJudô), explicou que até 2021 os exames teórico e prático da arbitragem eram realizados no mesmo dia. Agora a avaliação teórica se realiza em ambiente virtual, utilizando a nova plataforma da entidade.
Segundo o dirigente, vários fatores determinaram a alteração metodológica: quantidade de atletas classificados para a fase final do Campeonato Paulista Aspirantes – nesta edição foram cerca de 1.500 –usada na avaliação prática, número de candidatos ao exame de arbitragem e a necessidade de deslocamento deles. “Em síntese, pensamos no bem-estar do candidato e no menor impacto possível no campeonato durante a avaliação.”
Ao longo dos últimos anos, a FPJudô percebeu que ações em ambiente virtual são uma realidade bastante interessante. Vale lembrar a realização dos exames de graduação, credenciamento técnico, módulos, palestras e, atualmente, o projeto de formação Keisei no Michi, entre outros eventos. “No exame de arbitragem a avaliação teórica foi realizada em ambiente virtual na nova plataforma da FPJudô. Os candidatos assistiram a um vídeo sobre as alterações das regras de arbitragem e logo após submeteram-se à prova.”
Para Ikeda, a possibilidade de ser avaliado onde e quando quisesse proporcionou aos candidatos, além da flexibilidade, o conforto de estar distante da ansiedade causada pelo ambiente competitivo. “Foi sem dúvida alguma muito positivo, de acordo com as respostas que recebi.”
Herança positiva da pandemia
Ikeda lembrou que após a pandemia da covid-19 a FPJudô tem aceitado muito bem o ambiente virtual como possibilidade real de encurtar distâncias e minimizar custos.
“Vale lembrar que o território do Estado de São Paulo é imenso. Nos últimos anos a entidade realizou diversas ações no ambiente virtual, observando falhas, lacunas, erros e dificuldades, aprimorando o sistema ao longo do tempo. Um marco importante nesse processo foi a inclusão de Marcelo Fugimoto, coordenador de marketing da FPJudô, no time. Trata-se um profissional extremamente qualificado, competente, e grande amante do judô. Suas ideias e expertise alavancaram muitos processos.”
Conciliar a avaliação dos árbitros com o evento competitivo era um problema antigo. “No exame prático não há muito o que fazer, uma vez que a competição é o fato mais importante”, explicou Ikeda. “Neste sentido, pensamos em otimizar o exame teórico. Pense num grupo de 40 candidatos realizando a prova teórica, mesmo de múltipla escolha: por mais hábeis que fossem os avaliadores, jamais conseguiriam fazer a correção e divulgar o resultado rapidamente. No ambiente virtual, isso se faz em alguns minutos e num único click.”
Tudo que é novo, porém, pode causar espanto num primeiro momento, e nem todos os candidatos têm familiaridade com plataformas EAD. Por isso foi necessário adequar os prazos e estabelecer uma excelente comunicação entre a coordenação executiva, a coordenação de arbitragem e também a técnica, que é a responsável pela realização do evento.
Para Ikeda, o processo foi simples. “Consideramos a avaliação teórica como se fosse um módulo no quesito estrutura. A grande inovação foi poder monitorar cada etapa do processo. Cada candidato cadastrado recebeu um login e senha para acessar a plataforma. A partir daí todos os passos dele foram acompanhados, desde o início da reprodução do vídeo até o término da avaliação. Quando o candidato atingiu a nota necessária, recebeu uma declaração de aprovação por e-mail. Se alguém não acessava o sistema ou se atrasava em alguma etapa, a coordenação de arbitragem era notificada e os coordenadores regionais de arbitragem contatavam o candidato.”
Muitos podem questionar a fidedignidade da avaliação em ambiente virtual, uma vez que não haveria alguém supervisionando o processo. Todavia, existem softwares que fazem este tipo de verificação. “Estamos programando utilizar ferramentas ainda mais avançadas futuramente.”
Avaliação da arbitragem
Takeshi Yokoti, coordenador estadual de arbitragem, avalia que a experiência foi muito positiva e aponta caminhos para novas mudanças. Para ele, a prova feita de forma online ajudou muito no andamento do exame e, com certeza, este formato dá mais credibilidade ao processo e demonstra claramente a atual capacidade técnica da FPJudô.
“Após um levantamento realizado com as 16 delegacias regionais, notamos que tínhamos inicialmente 50 árbitros inscritos. Mas, por razões pessoais ou profissionais, só 44 participaram efetivamente do exame, um número bem expressivo em razão de estarmos ainda no pós-pandemia.”
Yokoti diz que o resultado positivo mostra a grandiosidade da gestão e sua capacidade de articulação e inovação, lembrando que também foi uma novidade importante a divisão dos candidatos em dois grupos. “Cada grupo atuou num dia distinto, mas a banca examinadora foi a mesma, para termos critérios iguais. No fim, todos foram aprovados como árbitros estaduais.”
Ainda segundo o coordenador estadual de arbitragem, esses 44 novos árbitros irão ajudar muito nos eventos estaduais. “Muitos Estados não têm nem a metade disso em atividade. São professores que já atuavam regionalmente, mas sem muita pretensão de se formalizar. Temos muitos árbitros experientes nesse grupo e muitos jovens que começaram agora, mas indubitavelmente todos irão agregar qualidade à nossa equipe.”
“Foi gratificante ver todos saírem contentes, o que supriu as nossas expectativas. É claro que ainda têm uma longa caminhada pela frente.” Em 2019, em parceria com a Revista Budô, a coordenadoria realizou um estudo que apontou que a operação da arbitragem da FPJudô naquele ano envolveu cerca de mil árbitros. No início de 2020 veio a pandemia e interrompeu o processo que vínhamos desenvolvendo, mas acreditamos que estamos muito próximos de alcançar as marcas que havíamos atingido.
A federação presenteou todos os novos árbitros estaduais com um escudo da entidade e outro, mais moderno, referente a cada graduação, além de uma gravata personalizada da FPJudô.
Fundada em 17 de abril de 1958, a Federação Paulista de Judô tem apoio da Ajinomoto do Brasil, Original Tatamis, Shihan Kimonos, MKS/Adidas e Budokan Kimonos. Por meio das suas 16 delegacias regionais a entidade congrega mais de 10 mil praticantes federados e está presente em 242 municípios do Estado de São Paulo. Anualmente a FPJudô credencia cerca de 1.500 técnicos e 950 árbitros, que atuam em competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais. O Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura de São Bernardo do Campo são apoiadores másteres da entidade.
Clique AQUI e acesse a pasta de fotos deste evento no Flickr da Federação Paulista de Judô.
Candidatos aprovados
SÁBADO 15 DE OUTUBRO
Felipe Gimenes Moyano (1ª DR)
Mariana Ayumi Hayakawa (1ª DR)
Murilo Francisco Barella (1ª DR)
Sidney Souza Mariano (2ª DR)
André Grama Machado (3ª DR)
Celso Guilherme Grizzo (3ª DR)
Ernesto Vicentim Filho (3ª DR)
Marcos Vinicius Iwamoto (3ª DR)
Bruno Borsani Marthes (6ª DR)
Carlos Henrique Roque (6ª DR)
Drielen Ferreira Neves (6ª DR)
João Victor Silva Lima (6ª DR)
Márcio Dutra F. Santos (6ª DR)
Michele Alves Pereira (6ª DR)
Carlos Antônio Matos (6ª DR)
Samuel B. Novais (10ª DR)
Wellington F. Silva (10ª DR)
Willian S. Coutinho (10ª DR)
André Luiz Teixeira (11ª DR)
Felipe Rivas Hadzic (11ª DR)
Davi da Silva Alves (13ª DR)
Guilherme A. Santana (13ª DR)
Suzana Maria Oliveira (16ª DR)
DOMINGO 16 DE OUTUBRO
Antônio Osmar Santos (7ª DR)
Bruno Almeida Shimizu (7ª DR)
Luan Barbosa Santos (7ª DR)
Charles Santos Salim (8ª DR)
Elias Rizziolli Júnior (8ª DR)
Ériton Oliveira Carvalho (8ª DR)
Gabriel C. Casagrande (8ª DR)
Lucas Hiroshi Namba (8ª DR)
Bruno Fiorelini Pereira (9ª DR)
Edgar Shizuo Yoshida (9ª DR)
Everson Brito Oliveira (9ª DR)
Yasuo V. Kanashiro (9ª DR)
Antônio Marcos Lima (12ª DR)
Glauco Soares Louzada (12ª DR)
Guilherme F. Chagas (12ª DR)
Guilherme Junqueira (12ª DR)
Victor Oliveira Rocha (12ª DR)
Paulo Costa Júnior (13ª DR)
Fabiano Onji (15ª DR)
José Dallari Júnior (15ª DR)
Leonardo José Silva (15ª DR)
