Seleção paulista sub 18 campeã por equipes mistas 2023 © Anderson Neves
Com o apoio da Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro (FJERJ), no último fim de semana a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizou os campeonatos brasileiros individual e por equipes mistas da classe sub 18. A competição reuniu seleções de 25 Estados na Arena da Juventude, no Rio de Janeiro (RJ). As federações de Rondônia e Acre ficaram ausentes.
Além do professor kodansha hachi-dan (8º dan) e presidente do Comitê Olímpico do Brasil Paulo Wanderley Teixeira, compareceram à cerimônia de abertura várias autoridades esportivas, entre as quais Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do COB; José Ovidio Duarte da Silva, membro do Conselho de Administração da CBJ e presidente da Federação de Judô do Mato Grosso do Sul; Sílvio Acácio Borges, presidente da CBJ; Fernando Moimaz, presidente da Federação Matogrossense de Judô; Helder Marcos Faggion, presidente da Federação Paranaense de Judô; Luiz Bayard Martins dos Santos, presidente da Federação Gaúcha de Judô; Luiz Gonzaga Filho, presidente da Federação Metropolitana de Judô; Euder Melo de Lima, presidente da Federação Sergipana de Judô; Jucinei Gonçalves da Costa, presidente da FJERJ; Jeferson Vieira, vice-presidente da FJERJ; e Carlos Eduardo Pijak Júnior, secretário de Esportes, Lazer e Juventude de Curitiba (PR), que foi ao Rio para assinar com a CBJ o contrato para a realização dos campeonatos brasileiros sub 13 e sub 15, em setembro.
A Federação Paulista de Judô levou ao Rio de Janeiro uma equipe formada por 20 atletas e seis técnicos e foi campeã das duas competições realizadas.
Exibindo o nivelamento existente hoje no judô do Estado de São Paulo, dez equipe cederam atlletas para o selecionado paulista: Sesi–SP (quatro), Esporte Clube Pinheiros (três), Associação Recreativa Cultural Desportiva São Bernardo (três), Projeto Olhar Futuro (dois), Sociedade Esportiva Palmeiras (dois), Ômega Academia (dois), Paineiras do Morumby (um), Sport Club Corinthians Paulista (um), Judô Para Todos (um) e Clube Atlhetico Paulistano (um).
A seleção paulista femina foi ao Rio de Janeiro formada por Yasmin Magno Silva (Judô Para Todos), Juliana Rodrigues Yamasaki (Palmeiras), Júlia Francisca Silva (Pinheiros), Rafaela Cavalcante Rodrigues (Pinheiros), Eduarda Rangel Silva Bastos (Sesi-SP), Carolina Cruz Macrom (ARCD São Bernardo), Linda Giovanna Machado Bertuzze (Paulistano), Dandara Novaes Camillo (Palmeiras), Katharina Agostinho Dias (Ômega Academia) e Raíssa Yone Pereira Lima (Projeto Olhar Futuro).
A seleção masculina estava composta por Lucas Bisteni Luna Yamamoto (Ômega Academia), João Pedro Delena Silva (Sesi-SP), Fernando Masato Mitsuda (ARCD São Bernardo), Samuel Freitas Franco Fernandes (ARCD São Bernardo), Vinícius de Araújo Raimundo (Sesi-SP), Lucas Felipe Ribeiro (Paineiras do Morumby), Itamar Alves Silva Júnior (Corinthians), Gustavo Reis (Sesi-SP), João Francisco Oliveira Rodrigues (Pinheiros) e Kauê Ribeiro Guimarães Costa (Projeto Olhar Futuro).
Integraram a comissão técnica da FPJudô Jefferson Luiz dos Santos, chefe da delegação e coordenador técnico do Projeto Olhar Futuro de São José dos Campos; Maria Suellen Althman, técnica do alto rendimento do Clube Pinheiros; Alexandre Dae Jin Lee, coordernador técnico da equipe do judô de rendimento do Sesi-SP de Botucatu; Adriano Yamamoto, técnico da Ômega Academia de Campinas; Danielli Yuri Barbosa, técnica da ARCD São Bernardo; e Felipe Moraes da Costa, técnico do Palmeiras.
As medalhas de ouro de São Paulo foram conquistadas por Rafaela Cavalcante Rodrigues (52kg), Kauê Ribeiro Guimarães Costa (73kg), Lucas Felipe Ribeiro (81kg) e Dandara Novaes Camillo (+70kg).
As medalhas de prata da seleção paulista foram obtidas por Lucas Bisteni Luna Yamamoto (50kg), Vinicius de Araújo Raimundo (73kg) e GustavoReis (+90kg).
As medalhas de bronze da seleção paulista vieram com João Francisco Oliveira Rodrigues (50kg), Juliana Rodrigues Yamasaki (44kg), Samuel Freitas Franco Fernandes (66kg) e Linda Giovanna Machado Bertuzze (70kg).
Jefferson Luiz dos Santos, chefe da delegação paulista, detalhou o desempenho da equipe, que, segundo ele, apresentou excelente qualidade.
“Na manhã do sábado, participamos apenas de duas das oito finais e conquistamos apenas uma medalha de ouro, o que não foi bom, pois estávamos em segundo lugar na classe feminina e em sexto no masculino. Já no período da tarde o jogo virou, participamos de diversas finais e acabamos conquistando a primeira colocação no masculino e a segunda no feminino”, disse.
Mas ele ressaltou que é preciso levar em conta que havia desfalques importantes na equipe. “Na categoria até 57kg Eduarda Rangel Silva Bastos passou do peso e foi eliminada. No masculino tivemos as dramáticas ausências de Bruno Nóbrega (60kg) e Walter Matheus Eloi da Silva (90kg), que se machucaram na véspera da competição. Isso nos atrapalhou nessas categorias de peso, nas quais não conquistamos nenhuma medalha.”
Já na equipe mista os paulistas enfrentaram primeiro a equipe de Santa Catarina e venceram por 5 a 0. “No confronto seguinte, contra o time potiguar, as lutas foram pouco disputadas e vencemos por 5 a 1, quando uma de nossas atletas foi desclassificada”, prosseguiu Jefferson. “Já na semifinal pegamos a fortíssima equipe do Rio Grande do Sul, que vencemos por 5 a 1, sofrendo nossa primeira derrota. Na final enfrentamos a equipe de Minas Gerais, que surpreendeu por ter chegado à decisão, depois de uma semifinal duríssima contra a seleção Paraná. Mas vencemos os mineiros por 5 a 0.”
Jefferson Santos enfatizou que o índice e o nível técnico da competição estavam altíssimos. “Construímos placares excelentes na disputa por equipes, mas deu para observar que muitas equipes mostraram elevada qualidade. Tanto que fomos vice-campeões no feminino, perdendo para o Distrito Federal, equipe que vem mostrando excelente desempenho e um crescimento consistente. No masculino vencemos com certa facilidade, mas poderia ter sido muito menos difícil se estivéssemos com a equipe completa.”
O chefe da delegação agradeceu o empenho a todos e à FPJudô, que na pessoa do professor Adib Bittar proporcionou à equipe uma estada muito boa no Rio de Janeiro, tanto na alimentação, quanto no cuidado com os atletas. “Fomos muito elogiados pela nossa dinâmica, que resultou em mais conforto aos atletas, que puderam descansar no momento certo e apresentar excelente desempenho na competição.”
Maria Suellen Altheman, técnica do alto rendimento do Esporte Clube Pinheiros, voltou muito feliz com a determinação e o desempenho dos judocas da seleção paulista.
“Esta foi a primeira vez que acompanhei uma seleção da categoria sub 18 em uma competição oficial. O que destaco é a evolução dessa faixa de atletas bem novos e que são a nova geração. Fiquei muito bem impressionada. Mas falando da equipe paulista como um todo, temos de convir que fizemos uma campanha histórica. Essa nova geração de São Paulo chega muito forte e continua subindo, porque muitos deles no ano que vem serão sub 21, ou seja, atletas com potencial enorme chegando na classe adulta. Como ex-atleta da seleção brasileira por muitos anos, fico feliz porque isso mostra que os professores e técnicos estão fazendo um trabalho muito bom. São Paulo mostra de novo que é uma potência no judô nacional, sem desmerecer o trabalho dos outros Estados. Superamos uma fase ruim e agora voltamos com tudo. E não falo apenas de uma ou duas equipes, mas das mais de 100 escolas que disputam no dia a dia as medalhas e os pódios nos torneios paulistas. Espero que continuem tendo esses grandes resultados por muito tempo. Acompanhar o judô agora como técnica e ver esse progresso em campeonato brasileiro me deixa muito feliz.”
Alexandre Dae Jin Lee, coordenador técnico da equipe do judô de rendimento do Sesi-SP, acompanhou o campeonato brasileiro somente no sábado e elogiou o trabalho da delegação de São Paulo.
“De maneira geral vi um certo equilíbrio entre as seleções no individual, algo que tem sido bastante comum e recorrente em todas as as classes do campeonato brasileiro, ou seja, não existe mais hegemonia de um Estado.
As equipes estão cada vez mais fortes, mas cada federação investe dentro das suas possibilidades, o que é muito bom para o judô brasileiro. É a competição interna entre os Estados que irá tornar nosso judô mais forte. Em linhas gerais a seleção paulista mostrou um judô de alto nível, o que destaca a qualidade do trabalho realizado pelas escolas de todo o Estado.”
“Os técnicos e as equipes paulistas estão todos de parabéns porque esse é o resultado prático do trabalho realizado em nossas 16 delegacias regionais. A FPJudô é somente um braço. Quem forma esses atletas são os professores das agremiações filiadas.”
Danielli Yuri Barbosa, técnica da equipe feminina da ARCD São Bernardo, mencionou a atitude mental das judocas paulistas.
“Fazendo uma análise geral do feminino, ficamos em segundo lugar por uma margem muito pequena. São Paulo e Distrito Federal conquistaram a mesma quantidade de pódios e de ouros, mas eles obtiveram uma medalha de prata a mais, e nós uma de bronze a mais. Não perdemos feio de ninguém, sem contar que uma das nossas atletas levou hansoku-make por ter excedido o peso. A única diferença que eu notei foi que elas entraram no shiai-jô com a faca na boca, enquanto nossas atletas mostraram menos determinação no kumi-kata. Tecnicamente ambas as seleções exibiram excelente nível técnico e estão de parabéns.”
Outro fator observado por Danielli foi a demora das atletas paulistas para entrar com os golpes. “Até mesmo na transição para neo-waza elas estavam mais lentas que as campeãs. Tecnicamente estamos muito bem, mas temos de fazer alguns ajustes pontuais. No ano que vem certamente o resultado será outro.”
Danielli Yuri avaliou o desempenho masculino nos dois atletas que acompanhou mais de perto e também notou a falta de alguns ajustes psicológicos, no sentido de manter a calma na hora de fazer a pegada e construir a luta no passo a passo. “Quando o atleta entra muito afoito sempre acaba errando, e é nesse momento que o seu adversário aproveita para entrar e jogar.”
Marco Aurélio Uchida, coordenador técnico da FPJudô apontou a qualidade e o refino do excelente trabalho realizado pelos professores do Estado.
“O desempenho da seleção paulista sub 18 foi muito bom e se manteve dentro na nossa expectativa. Mas o nível da competição como um todo foi muito alto. No feminino, por exemplo, tivemos dois Estados conquistando duas medalhas de ouro e isso mostra o nível da disputa e a paridade técnica existente hoje. Mas mesmo assim nós conseguimos permanecer em primeiro lugar no individual e para nós, da coordenação técnica, este é um fator muito importante.”
Para Uchida a conquista da competição por equipes mistas revela o trabalho de sintonia fina realizado por todos os professores de São Paulo. “Nesta edição tivemos também o Campeonato Brasileiro por Equipes Mistas, no qual fomos muito bem. Sofremos apenas uma derrota e um hansoku-make. Isso mostra como o Estado está bem representado e preparado. Os técnicos, as equipes e as entidades paulistas estão todas de parabéns porque esse é o resultado prático do trabalho realizado em nossas 16 delegacias regionais. A federação é somente um braço do judô, mas quem forma esses atletas são as entidades, clubes, academias e associações. Com base nisso parabenizamos todos os professores que estão fazendo parte desse trabalho. Esta conquista é reflexo da ação deles”, concluiu Uchida.
Satisfeito com a excelente campanha do sub 18 no Rio de Janeiro, o presidente Alessandro Puglia parabenizou os atletas, a comissão técnica e os professores que há dois anos abraçaram o novo projeto da entidade e demonstram enorme comprometimento com a qualidade técnica do judô do Estado de São Paulo.
“Em nome de toda a diretoria da federação parabenizo o professor Jefferson Santos, chefe da delegação, assim como todos os técnicos que estiveram presentes nesse fim de semana e todos os atletas, sem exceção, que nos representaram. Mais um vez São Paulo cumpriu a sua missão, mas de forma extremamente respeitosa a todos os demais Estados, que também trabalharam muito para montar grandes equipes e obtivessem resultados expressivos.”
Quanto ao desempenho da equipe, Puglia destacou sua satisfação por ver a nova geração técnicos totalmente comprometida com os propósitos da FPJudô, bem como os novos atletas que buscam um lugar de destaque com enorme competência. “Esta conquista é fruto de todo o empenho e intensidade do trabalho realizado em todos os dojôs do nosso Estado, tanto na base e iniciação quanto no alto rendimento. Deixo, portanto, meus parabéns a todos.”
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