Seminário de Judô Inclusivo Promove Integração e Acessibilidade no CAT Barra Funda
Neste domingo, o Centro de Aperfeiçoamento Técnico de Judô, localizado na Barra Funda, foi palco do primeiro seminário de judô inclusivo, organizado pela Primeira Delegacia da Capital. O evento reuniu cerca de 100 participantes, incluindo profissionais, entidades e atletas, e contou com workshops especializados e sessões de treinamento voltadas para a inclusão.

O destaque do seminário foi a presença do presidente Henrique Guimarães, que enfatizou o compromisso de sua gestão com iniciativas de inclusão. Durante o evento, Guimarães apresentou os novos logos da Federação Paulista de Judô, que agora simbolizam a inclusão, reforçando o compromisso da federação com a diversidade e acessibilidade no esporte.

Guimarães também destacou a importância do evento, especialmente durante o Setembro Verde, mês dedicado à inclusão da pessoa com deficiência. “Lutar por inclusão é uma obrigação de todos nós que lideramos entidades”, afirmou o presidente, acrescentando que considera essa causa uma missão pessoal.

Um dos momentos emocionantes do evento foi o discurso da Professora Andréa Guimarães, esposa do presidente da Federação, que narrou sua experiência como mãe atípica, tocando o coração de muitos presentes.

Maria Aparecida, mãe do judoca Miguel Almeida Silva, falou sobre as barreiras enfrentadas no dia a dia: “Ah, foi difícil, é difícil no começo, tudo é difícil pra gente, principalmente pra eles, né? Eu sempre lutei pra que eles fizessem algum esporte e esse esporte ele se identifica muito pra eles, que dá autonomia, disciplina e outras coisinhas básicas que eles precisam no dia a dia. Uma iniciativa assim da Federação eu nunca pensei, nunca imaginei e eu sempre vejo na televisão, mas o pouco que a gente fizer agora lá na frente vai ser uma grande vitória pra eles e acho que pra federação também. Porque quanto mais a gente fizer uma inclusão bem feita e com objetivos bem amplos pra eles será maravilhoso.”

Lucila Assunção, mãe do Rafael, destacou a importância do judô para seu filho: “Meu filho treina judô faz 10 anos e foi muito importante desde sempre. Eu gosto muito da ideia de ordem, disciplina, respeito. Eu acho que pra todas as crianças e pra essas crianças também. Esse aprendizado pra eles é mais longo, mas é muito importante. E o esporte em si, né? O exercício, o esporte. Ele faz desde os 4 anos, tá com 14. Faz há 10 anos e treina com a Alex (Russo), né, Sociedade Harmonia de Tenis que é nosso clube e ele poder hoje treinar aqui foi um convite super importante pra ele. Ele fez questão de vir, a gente compartilha disso, né, se ele não quisesse, não estaria aqui. Mas eu acho muito importante, sabe? As competições que acontecem, ele não participa. Então eu acho que é o momento dele, num ambiente onde ele fica confortável e onde ele vai ser compreendido, onde ele vai ser respeitado das suas limitações. É muito importante. Acho que todos os segmentos deviam ter isso hoje, né?”

Já a psicóloga Luciene, da Associação Judô Santa Mônica, comentou sobre as barreiras enfrentadas: “Sim, é difícil, mas é gratificante e assim como psicóloga e psicopedagoga, eu tento trabalhar mais com os pais, porque o difícil é o pai aceitar o filho ou a filha e o resto a gente vai caminhando né o esporte ajuda demais principalmente judô né que abre uma as portas muito grande pros atletas e eu vejo assim só melhoria daqui pra frente as pessoas claro têm que procurar conhecimento porque sem o conhecimento nós vamos só patinar e não sair do lugar né. E olha é a melhor coisa que a federação está fazendo, porque assim ela abre portas pra a maioria das associações porque é uma demanda grande dentro dos clubes, escolas, associação e academia e no esporte é a pessoa não saber lidar com o atleta. Sabendo lidar a vida melhora e a Federação tá de parabéns.”

O seminário promoveu debates sobre a acessibilidade no esporte e apresentou práticas de judô adaptado, demonstrando como a arte marcial pode ser uma ferramenta poderosa para inclusão social. Entre os palestrantes e organizadores, destacaram-se Ana Magalhães, Gregório Sabagui, Ed Braga e Felipe Vasconcelos. Os participantes tiveram a oportunidade de aprender com esses profissionais especializados e trocar experiências valiosas sobre a integração no esporte.

O evento foi um passo significativo para aumentar a conscientização e promover a inclusão no judô, reforçando a necessidade de espaços mais acessíveis e de gestões comprometidas com a diversidade.