Mesmo lutando no peso acima (57kg), Maria Eduarda Maldonado lutou muito bem e foi campeã. Na foto ela encaixa o o-goshi e joga de ippon © fpjcom
O Torneio Budokan não é apenas uma competição de judô; é um palco onde tradições, simbolismos e rituais enriquecem a experiência de todos os envolvidos. Além do esporte e da competição em si, o evento carrega elementos que trazem à tona valores profundos e conexões culturais. Desde a utilização do judogi branco até os rituais de abertura e encerramento, o Torneio Budokan é uma celebração de pureza e tradição, incorporando a essência do judô e da cultura japonesa.
Iniciada em 2022, a parceria entre a Federação Paulista de Judô (FPJudô) e a Associação de Judô Hombu Budokan proporcionou nova energia ao Torneio Budokan na segunda vez em que essas duas instituições uniram forças para realizar o evento. Essa colaboração reafirma o compromisso mútuo de promover o judô em sua forma mais autêntica, ao mesmo tempo em que abre portas para a inovação e a modernização.
O local escolhido para esta segunda edição foi o acolhedor e confortável Ginásio Poliesportivo Antônio Baldusco, em Itapecerica da Serra(SP), que proporcionou uma plataforma de excelência para a celebração dessa união, permitindo que judocas de todas as idades e níveis de habilidade competissem num ambiente verdadeiramente agradável e inspirador.
Com o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Esportes e Lazer de Itapecerica da Serra, no dia 29 de julho a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou a disputa individual e no dia 30 houve a competição por equipes. As duas somaram 1.218 atletas de 74 clubes e associações.
A cerimônia de abertura reuniu autoridades esportivas e políticas, como Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Francisco Tadao Nakano, prefeito de Itapecerica da Serra; Arnaldo Luiz de Queiróz Pereira, secretário-geral da FPJudô; Caio Octávio Riscala, secretário de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra; Joji Kimura e Sérgio Barrocas Lex, vice-presidentes da FPJudô; Marco Aurélio Uchida, coordenador técnico da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Marilaine Ferranti Antonialli, coordenadora de arbitragem adjunta da FPJudô; Osvaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô; e Oscar Hitoshi Ogawa, diretor-executivo do Hombu Budokan e anfitrião do evento.
Completaram a mesa de honra os medalhistas olímpicos Carlos Eduardo Honorato, Henrique Carlos Serra Azul Guimarães e Luiz Yoshio Onmura; os professores kodanshas Luiz Hisashi Ywashita (PR), Luís Massanori Yamate (ES), Shiro Matsuda (RJ), Carlos Honorato de Jesus, Milton Ribeiro Correa, Massakatsu Akamine, Rubens Pereira, Celso Ferreira Franco, Washington Aoyke, Francisco Souza (PR), João David de Andrade, Belmiro Boaventura da Silva, Luiz Eduardo Tomilheiro, José Gildemar de Carvalho, também delegado da 9ª DR ABC; os delegados regionais Celso de Almeida Leite (15ª DR) e Akira Hanawa (14ª DR); e os professores Marco Antônio da Costa e Marcelo Fuzita.
O uso de judogi branco, tanto por atletas quanto por árbitros e dirigentes, carrega significados profundos. O branco é frequentemente associado à pureza e à simplicidade, refletindo os valores fundamentais e filosóficos do judô.
Essa escolha também se alinha com a cor branca da bandeira do Japão, estabelecendo uma ligação simbólica com as origens e os princípios desta importante manifestação cultural por meio do esporte. O judogi branco não é apenas uma vestimenta; é um símbolo visual de integridade, respeito e compromisso com a tradição.
Uma das tradições mais marcantes do Torneio Budokan é a abertura da competição sob o som imponente e envolvente do taikô, produzido com instrumentos de percussão japoneses. Essa prática remonta a tempos antigos, quando o taikô era usado para convocar membros da comunidade ou reunir tropas. No contexto do torneio, essa cerimônia de abertura não apenas evoca uma sensação de unidade e propósito, mas também faz uma conexão direta com a rica herança cultural do Japão.
Um aspecto singular do Torneio Budokan é manter a tradição de três árbitros: um central, que atua em pé, e dois laterais, que pemanecem sentados em posição diagonal no shiai-jô.
A maneira como as lutas empatadas são decididas segue igualmente a forma tradicional, e não o golden score, em que a luta continua até que um dos competidores marque um ponto. O Torneio Budokan opta pelo hantei, no qual os árbitros definem o vencedor por meio de bandeiras com as mesmas cores das faixas que identificam os atletas.
Esse julgamento é realizado pelos três árbitros que atuam no shiai-jô e ressalta a importância do discernimento dos árbitros e da confiança na capacidade deles de avaliar a luta em sua totalidade, alinhando-se com a ênfase no respeito pelo julgamento justo e imparcial.
A tradição de premiar as equipes finalistas com troféus e estandartes é uma forma tangível de reconhecer as realizações e os esforços das agremiações em formar suas equipes e dos competidores pelo comprometimento com a equipe na busca da vitória.
Esses símbolos de conquista não só representam a excelência, mas destacam o valor da disputa como meio de crescimento pessoal e coletivo. Esse gesto de celebração reflete a importância de respeitar e manter procedimentos tradicionais que enriquecem a experiência do Torneio Budokan.
O Torneio Budokan transcende a esfera puramente esportiva, incorporando tradições que reforçam os valores centrais do judô e conectam os participantes com a cultura japonesa. Da vestimenta branca que simboliza pureza à emocionante batida dos taikôs que ressoam no início das competições, cada elemento é um tributo à história, à integridade e ao respeito que definem o judô. Por meio dessas tradições e rituais, o torneio se torna mais do que uma competição; é uma celebração enriquecedora que honra as raízes do esporte e inspira aqueles que participam a se esforçarem pela excelência em todas as áreas da vida.
A história do Torneio Budokan remonta a tempos em que o judô ainda estava em seus estágio inicial no Brasil. Não havia a federação paulista e muito menos a confederação brasileira, fundada bem depois. Sua criação representou um esforço coletivo para proporcionar um espaço de competição e aprendizado para judocas de todo o País.
Através dos anos, o torneio evoluiu, mantendo sempre seus valores fundamentais de respeito, disciplina e companheirismo. A tradição do Torneio Budokan é um testemunho vivo da perseverança e da dedicação daqueles que contribuíram para sua continuidade ao longo das décadas, solidificando seu lugar na história do esporte brasileiro.
A edição mais recente do Torneio Budokan, a 71ª em sua história, a primeira da parceria e realizada em 2022, alcançou um feito notável em termos de participação e mobilização. Com mais de 1.400 competidores inscritos, o evento recuperou sua posição como uma das principais competições extraoficiais do judô brasileiro.
Além disso, a parceria com a FPJudô fêz com que o Torneio Budokan voltasse a cumprir sua missão original de unir escolas, professores e judocas de vários Estados, reforçando a importância do princípio do esforço mútuo, da colaboração e da comunidade dentro do esporte, dando ênfase ao basilar princípio da prosperidade e benefícios mútuos, ou seja, o jita-kyoei.
Após quase dois dias inteiros de disputas individuais, a equipe do Projeto Olhar Futuro/ADPM-Regional de São José dos Campos, comandada pelo sensei Jefferson Santos, sagrou-se campeã com 130 pontos, conquistando 19 medalhas de ouro, nove de prata e oito de bronze.
A vice-campeã geral foi a Associação Recreativa Cultural Desportiva São Bernardo, que totalizou 91 pontos. Para obter este recultado a equipe comandada pelo sensei Hatiro Ogawa conquistou 11 medalhas de ouro, nove de prata e nove de bronze.
A terceira colocada é outra importante filial da Budokan, a Associação de Judô Hinode, que totalizou 79 pontos. Comandada pelo professor kodansha kyuu-dan (9º dan) Celestino Seiti Shira e pelo professor kodansha Paulo Ricardo Castellanos, o tradicional dojô de Santo André obteve seis medalhas de ouro, 12 de prata e 13 de bronze.
Comandado pelo professor Alex Russo, o Instituto Sensei Divino Budokan chegou na quarta colocação com seis medalhas de ouro, seis de prata e 17 de bronze que totalizaram 65 pontos.
A quinta colocação foi assegurada pela formação do São Paulo Futebol Clube, que totalizou 47 pontos. Camandada pelos professores Josué Gomes Bragança e Adriano Diko, a equipe obteve quatro medalhas de ouro, seis de prata e nove de bronze.
Comandada pelo sensei Hatiro Ogawa, a Associação Recreativa Cultural Desportiva São Bernardo totalizou 11 pontos e foi a campeã por equipes, ao conquistar uma medalha de ouro e duas de prata.
Sob o comando do sensei Carlos Eduardo Honorato, o vice-campeão por equipes foi o Clube Paineiras do Morumby, que totalizou 10 pontos ao conquistar duas medalhas de ouro.
A terceira colocada foi outra equipe do Grande ABC, a Associação Desportiva Santo André. Comandada pelo professor Gil de Carvalho, a equipe conquistou uma medalha de bronze e duas de prata que totalizaram sete pontos.
Na quarta colocação figura uma das escolas do interior com melhor retrospecto na atualidade, o Projeto Olhar Futuro/ADPM-Regional de São José dos Campos, comandada pelo sensei Jefferson Santos. A equipe conquistou uma medalha de ouro e duas de bronze que garantiram sete pontos.
A quinta colocação foi conquistada por uma agremiação da capital, o Instituto Sensei Divino Budokan. Comandada pelo professor Alex Russo, a tradicional equipe do Jardim Peri obteve duas medalhas de prata e totalizou seis pontos.
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