A mascote Jaguatirica foi a grande sensação do Festival de Judô 2024 © FPJCOM
O Festival de Judô da FPJudô inovou ao reunir cerca de 400 atletas de 30 agremiações no ginásio poliesportivo do Esporte Clube Pinheiros, proporcionando momentos de integração e aprendizado para os participantes e suas famílias, num formato pedagógico e inclusivo.
Resultado da visão inspiradora de Rafael Luiz Moura, o Juquita, técnico das classes de entrada do Esporte Clube Pinheiros, e de Alex Russo, professor kodansha roku-dan (6º dan), coordenador da classe veteranos e membro da comissão escolar da FPJudô, o festival de sábado passado (23) integrou judocas e famílias ao ambiente judoísta.
Estruturado para unir aprendizado e entretenimento, o evento destacou-se por oferecer experiências marcantes num formato ágil e envolvente, permitindo que pais e atletas desfrutassem a atmosfera do judô sem comprometer manhãs ou tardes inteiras.
A cerimônia de abertura contou com a presença de diversas autoridades esportivas, como Carlos Alexandre Brazolin, presidente do Esporte Clube Pinheiros; Alessandro Panitz Puglia, ex-presidente da FPJudô; Hissato Yamamoto, professor kodansha e delegado regional da capital, representando o presidente Henrique Guimarães; Eduardo Achcar, diretor de judô do Clube Pinheiros; Antônio Carlos de Mesquita, coordenador jurídico da FPJudô; Rioiti Uchida, kodansha hachi-dan (8º dan), coordenador de kata da Confederação Pan-Americana de Judô (CPJ) e da FPJudô; Arnaldo Queiroz, secretário-geral da FPJudô; Marco Aurélio Uchida, coordenador técnico da FPJudô; e os professores kodanshas Sérgio Malhado Baldijão, Sérgio Barrocas Lex e Roberto Katchborian.
Brazolin ressaltou a relevância do judô na formação das novas gerações. “Estamos muito felizes por sediar um evento tão importante para a nossa sociedade, uma competição voltada para as classes de entrada e para o fomento da prática do judô. O judô ensina disciplina e transmite conceitos de respeito aos seus praticantes. Quando isso é levado para a escola, o aluno adquire uma disciplina fantástica, que transcende para outros âmbitos da vida. A ordem e o progresso têm muito a ver com o judô. Quem sabe não estejam surgindo aqui futuras estrelas como Beatriz Souza, Willian Lima ou Larissa Pimenta?”, argumentou o dirigente do único clube brasileiro a conquistar três medalhas individuais na mesma modalidade nos Jogos de Paris 2024.
Hissato Yamamoto destacou igualmente o papel essencial do festival na introdução das crianças ao ambiente competitivo. “Este festival escolar é o primeiro passo para que as crianças entrem nos tatamis enfrentando colegas fora do seu convívio habitual. Na academia, elas já conhecem os companheiros. Aqui, todos são vencedores e recebem medalhas, mas o mais importante é que comecem a se familiarizar com o universo das competições, algo fundamental para o desenvolvimento no judô.”
O professor Juquita explicou que a criação do festival partiu de um pedido do presidente Henrique Guimarães e do sensei Alex Russo. “Fui convidado a integrar o grupo de professores responsáveis pelos eventos escolares. Assim, com o intuito de fecharmos o ano com chave de ouro, definimos este festival como o encerramento da temporada.”
O sensei Russo complementou: “A ideia surgiu em uma conversa com o presidente da FPJudô. Expliquei ao professor Henrique a importância de realizar um evento como este, e ele, prontamente, apoiou. Ele desejava que o festival marcasse o início sua gestão no judô escolar e encerrasse a temporada 2024 de forma especial. Assim, desenvolvemos o projeto inédito em parceria com o sensei Juquita, que conseguiu envolver o Esporte Clube Pinheiros neste importante evento”.
Além da Federação Paulista de Judô, foram responsáveis pela realização do festival o Esporte Clube Pinheiros e o Instituto Divino Budokan, explicaram os professores.
O evento foi planejado para proporcionar uma experiência única ao público escolar, composto majoritariamente por alunos iniciantes e intermediários. “Queríamos que este momento ficasse marcado na memória das crianças como algo divertido e acolhedor. Utilizamos o festival para ensinar, de forma totalmente educativa, as regras básicas de uma luta. Foi também uma oportunidade para os pais acompanharem o desenvolvimento de seus filhos e um ótimo momento para socialização”, explicou Juquita.
Russo complementou: “O principal objetivo foi integrar as escolas ao ambiente da FPJudô, oferecendo uma iniciação esportiva e competitiva com abordagem pedagógica e lúdica. Buscamos criar um formato leve e agradável, incentivando as crianças a se envolverem mais com o judô e, no futuro, a seguirem em academias ou clubes. Além disso, o evento foi uma estratégia para atrair professores e escolas para esse novo formato de festival.”
Pela primeira vez, a FPJudô utilizou painéis de LED no entorno das áreas de luta, prática que, embora inédita em competições escolares da federação, já era adotada no Esporte Clube Pinheiros.
“O padrão de efeitos de luzes e painéis de LED é algo que já utilizamos no dia a dia do Pinheiros, e tem dado muito certo. Queríamos transformar o shiai-jô num ambiente de entretenimento, criando situações que mais se assemelhem a pequenos shows. É uma geração que aprecia e interage muito bem com recursos audiovisuais. As crianças se sentem parte da festa, como realmente são, e isso traz mais realismo e engajamento ao evento.”
Ele destacou ainda o potencial estratégico dos painéis: “Esses recursos podem atrair apoiadores e patrocinadores, já que a participação de familiares de alunos nessa faixa etária é grande, constituindo um público com perfil de consumo mais ativo do que o das competições de praticantes mais velhos.”
Alex Russo expressou satisfação com a adesão ao evento: “Recebemos cerca de 400 judocas de 30 agremiações da capital, litoral e interior. Foi um sucesso e temos a certeza de que no próximo ano esses números serão ainda mais expressivos.”
Entre as agremiações participantes estavam a Associação de Judô Vila Josefina, Academia Movement, Judô Tucuruvi, Judô na Faixa de Boituva, Judô Alto da Lapa, Colégio Batista Brasileiro, Colégio Mackenzie, Colégio Peixinho Dourado, Sociedade Harmonia de Tênis, Arthur Silva/Judô Diadema, Esporte Clube Pinheiros, Associação Pessoa de Judô, Sport Club Corinthians Paulista, Associação de Judô Shinohara, Comunidade Evangélica Cristo Vive, União Brasileiro Israelita de Bem-Estar Social, Associação Nipo-Brasileira da Mooca, Associação Esportiva, Cultural e Educacional da Freguesia do Ó, Associação Hortolandense de Judô, Academia Shoorikan, Associação de Judô Ikigai, Ajudo – Amigos do Judô, Instituto Divino Budokan, SOS Billings Judô Diadema, Academia de Judô Pissarra, Vila Souza Atlético Clube, Associação de Judô Belarmino, Clube Esportivo da Penha e Pirituba Futebol Clube.
Antes da cerimônia de abertura, algumas ações destacaram-se na organização do evento. Sensei Juquita detalhou o objetivo dos encontros com árbitros e professores.
“Reunimos os árbitros para agradecer a presença e reforçar a importância deles no evento. Como eles têm contato direto com as crianças, um sorriso no rosto, boa didática, instruções claras e acolhimento fazem toda a diferença para que os pequenos queiram voltar no próximo ano. Já com os professores, a conversa abordou o comportamento ideal: estar próximo aos alunos, oferecer palavras positivas e orientá-los com calma e tranquilidade. Para muitos, esta foi a primeira experiência num evento desse tipo, e a ideia era criar um ambiente acolhedor, não de cobrança.”
Já o sensei Alex Russo enfatizou que o festival destinava-se a estreantes e deveria ser tratado com um enfoque diferenciado. “Nas reuniões com árbitros e técnicos, reforçamos que o evento era para crianças sem experiência em competições oficiais, o que exige cuidado e sensibilidade. O objetivo era garantir que todos saíssem felizes e satisfeitos, desde os alunos até os professores e pais. Pedimos aos técnicos que instruíssem seus alunos de forma respeitosa, destacando que o foco não era competir para vencer, mas sim participar e aproveitar o momento.”
Ao todo, 13 associados do Esporte Clube Pinheiros participaram do controle das crianças, e cerca de 20 pessoas integraram a organização, a realização e o controle da movimentação no shiai-jô, nos acessos, na mesa técnica e nas funções de oficiais técnicos, além de 11 árbitros.
Como o festival envolveu crianças e jovens de diferentes idades, os professores responsáveis tiveram o cuidado de explicar os critérios adotados para equilibrar a competição.
“Os alunos foram divididos por peso, idade, graduação e agremiação. Durante as inscrições, os professores informaram se algum aluno precisava de atenção especial, o que nos permitiu ajustar previamente áreas específicas para atendê-los. Assim, já sabíamos com antecedência o horário e local em que cada aluno participaria”, explicaram os organizadores.
Sensei Russo também destacou as atividades paralelas que enriqueceram o evento e atraíram crianças e adultos. “Além do aquecimento lúdico conduzido pelo professor Sérgio Lex, tivemos a presença vibrante da mascote Jaguatirica, que interagiu com o público por meio de coreografias e entrega de brindes. As crianças receberam medalhas e um dicionário com a tradução dos termos japoneses mais utilizados no judô. O professor Lex entregou livros de sua autoria aos praticantes que se destacaram no randori e na ginástica calistênica. Tudo isso foi embalado pela iluminação e som especiais, que tornaram a experiência ainda mais marcante.”
Uma das preocupações foi a aproximação com os familiares. Juquita explicou: “Queríamos trazer os pais para perto e mostrar que eles também faziam parte dessa grande festa.”
Russo complementou: “O principal objetivo em relação às famílias foi respeitar o tempo delas, garantindo que nenhum pai ou responsável precisasse ficar mais de uma hora no ginásio. Por isso, realizamos interações como as da mascote e sorteios de brindes para o público, criando um ambiente acolhedor e participativo.”
O evento trouxe inovações que podem ser aplicadas em futuras competições. Uma das principais ações foi a organização antecipada, com os professores recebendo previamente os horários e as áreas de participação de seus alunos. “Isso nos ajudou a tornar o evento mais célere e organizado, reforçando nosso compromisso com a pontualidade. Outro destaque foi a utilização dos painéis de LED, que exibiram frases motivacionais e conferiram um glamour especial ao festival. Acreditamos que todos os eventos podem e devem adotar um padrão de qualidade mais elevado, beneficiando toda a comunidade do judô”, explicou Juquita.
Sensei Alex Russo finalizou enaltecendo o trabalho coletivo que possibilitou o sucesso do festival. “Gostaria de destacar o comprometimento de toda a equipe, que trabalhou com dedicação para o êxito do evento. Tivemos apenas 30 dias para idealizar e executar o projeto, e isso só foi possível graças ao apoio da presidência da Federação Paulista de Judô e da diretoria do Esporte Clube Pinheiros, que abraçaram a ideia e confiaram em nós. Agora, com mais tempo para planejar, vamos trabalhar num circuito especial para o judô kids, que busca não apenas promover a prática esportiva, mas também inserir diferentes segmentos da sociedade no universo do judô por meio de uma proposta pedagógica e acolhedora.”
Clique AQUI e confira a pasta com fotos do Festival de Judô 2024, no Flickr da Federação Paulista de Judô.
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