Com o intuito de ofertar aos professores de judô de São Paulo e do Brasil o acesso aos conteúdos pedagógicos específicos para ampliar seus conhecimentos para a docência, a Federação Paulista de Judô (FPJudô), por meio da sua comissão científica, está lançando o Programa de Pós-graduação em Judô do Brasil, focado nos aspectos metodológicos, teóricos, filosóficos e práticos da modalidade. O programa é realizado em parceria com a Faculdade de Educação, Tecnologia e Administração de Caarapó (Fetac) e o Centro de Ensino Superior e Formação Integrada (Cesufi).
Realizado na modalidade virtual de educação a distância (EAD), o curso tem a duração de dez meses, totalizando 420 horas de carga horária. O programa conta com 14 módulos de conteúdo, aulas virtuais gravadas para acesso durante todo o curso e encontros por videoconferência, dando oportunidade para a interiorização do conhecimento e da prática do judô por meio de uma metodologia moderna e flexível.
Os conteúdos referentes às diversas disciplinas e módulos poderão ser acessados pela plataforma AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). As aulas ocorrerão por meio de encontros virtuais ao vivo na plataforma Google Meet, proporcionando o encontro de alunos com professores mestres, doutores e PhDs com forte atuação no meio acadêmico e na docência do judô.
Para inscrever-se no programa, o candidato deve preencher os seguintes requisitos: ser graduado em curso superior de qualquer área, ser aluno especial (formandos), estar filiado a uma federação estadual parceira e apresentar quitação da anuidade 2020/2021.
Alessandro Puglia, vice-presidente da FPJudô, entende que esta parceria com a Fetac e o Cesufi, vai contribuir para o processo de capacitação dos professores de judô do Estado de São Paulo.
“Nossa coordenação científica avaliou a proposta apresentada por ambas as instituições de ensino e considera que o projeto agregará enorme conhecimento técnico e pedagógico para os professores paulistas. Felizmente já estamos pondo a iniciativa em prática.”
O doutor Alexandre Janotta Drigo, coordenador da comissão científica da FPJudô, explica o curso se justifica pela necessidade de dar continuidade permanente ao aprendizado e à busca pelo conhecimento.
“O judô paulista sempre esteve atualizado em relação a um conhecimento técnico de origem prática. Temos grandes mestres e sempre que possível fazemos contatos com o Japão em busca de aprimoramento; a FPJudô, aliás, sempre manteve este princípio de forma regular, levando atletas, mestres e dirigentes à matriz do judô. Entretanto, o desenvolvimento científico, pedagógico e tecnológico característico do meio acadêmico ainda é pouco explorado em nosso meio, deixando um grande espaço a ser preenchido. A demanda de técnicos, professores e dirigentes do judô nacional com formação acadêmica tem aumentado muito. Pesquisas que realizamos mostraram que em dez anos a proporção de técnicos com formação em Educação Física passou de aproximadamente 30% para 80%. Quanto ao perfil de técnicos de elite do nosso esporte, verificou-se que quase a totalidade tem cursos de pós-graduação, especialização, mestrado ou está em programas de doutoramento.”
O professor Drigo enumerou também alguns objetivos que conferem importância ao curso de especialização apoiado pela FPJudô:
– Atualizar, desenvolver e divulgar os conhecimentos acadêmicos dentre os profissionais que trabalham com o judô;
– Melhorar a qualidade dos serviços prestados aos praticantes de judô do Estado de São Paulo;
– Disseminar uma cultura acadêmica baseada em formação dentro dos parâmetros da modalidade. Como diferencial neste curso, os professores incluídos na proposta apresentada à FPJudô demonstram boa qualidade acadêmica, são judocas, faixas-pretas e alguns até kodanshas, quase todos com experiências no Japão. “Isto é muito importante”, destacou Drigo, “pois a maioria dos acadêmicos do País, como no meu caso, formou-se pelas mãos de professores de outras modalidades. Meu orientador de doutorado, por exemplo, era do atletismo. Então estamos vivendo uma nova era de crescimento de um corpo de conhecimento acadêmico especifico do judô.”
– Preparação para novos desafios que estão atingindo nossa sociedade, como a pandemia do novo coronavírus, para gerir carreiras, academias e o esporte em si.
Todo conhecimento agrega possibilidade e nos traz liberdade, no entender o professor Drigo. “Uma vez me perguntaram se o conhecimento acadêmico substituiria o tradicional. Não tenho receio de responder que não, ele apenas permite a liberdade de escolha do profissional perante seus desafios diários, pois, quando se tem o conhecimento tradicional e outra pedagogia, pode-se decidir qual o mais adequado para determinado momento, local de trabalho ou período de preparação. Se só conheço um método, este me escraviza, pois não sei nada fora dele; neste ponto o conhecimento abre novos horizontes.”
Módulos do núcleo virtual e do núcleo EAD
Núcleo Virtual
MÓDULO I História e filosofia do judô
MÓDULO II Periodização e ciência do treinamento desportivo do judô
MÓDULO III Gestão técnica em organização e realização de eventos do judô
MÓDULO IV 100 técnicas padronizadas do judô pelo Instituto Kodokan
MÓDULO V Jogos de oposição aplicados ao processo de iniciação do judô
MÓDULO VI Possibilidades de atuação profissional e confecção de projetos sociais
MÓDULO VII Ética e formação profissional do professor do judô
MÓDULO VIII Primeiros socorros e principais lesões na prática de judô
MÓDULO IX Nascimento do judô feminino e sua evolução
MÓDULO X Metodologia de ensino do judô após a pandemia
Núcleo EAD
MÓDULO I Jogos, brinquedos e brincadeiras
MÓDULO II Psicologia do desenvolvimento
MÓDULO III Fisiologia do exercício e do esporte
MÓDULO IV Didática do ensino superior
Quadro docente
Estes são os professores que atuarão no programa: Kenji Saito, mestre; Leonardo Mataruna, pós-doutor; Alan dos Reis Saraiva, pós-doutor; Antônio Akio Shiba, especialista; Sérgio Barrocas Léx, especialista; Alexandre Velly Nunes, pós-doutor; Amadeu Dias de Moura Júnior, mestre; Antônio Tavares Júnior, doutorando; Carlos Eugênio Vieira Losso, especialista; Dieter Santos, especialista; Gabriela Conceição de Souza, doutora; Gleyson Ribeiro Alves, mestre; Ney Wilson Pereira, doutor; Edson Lorenzetti, especialista; José Olívio Júnior, doutor; Irizomar Fernandes, mestre; Ademir Schultz Júnior, mestre; Luiz Pavani dos Santos, especialista; Nélson Morimoto, especialista; Nicodemos Filgueiras Júnior, mestre; Oswaldo Cupertino Simões, mestre; Roberto Nagahama, especialista; Saimon Magalhães, especialista; Rodrigo Augusto Trucz, doutorando; Sérgio Luiz Carlos dos Santos, pós-doutor; e Silvana Nagai, mestre.
Condições especiais para federados
A parceria entre a FPJudô, Fetac e Cesufi prevê uma condição superespecial para professores e praticantes federados. O plano básico importa na parcela de matrícula, mais dez parcelas de R$ 350, ou 13 parcelas de R$ 270, ou 16 parcelas de R$ 220. Por meio da parceria o valor cai sensivelmente para aqueles que mantiverem pontualidade. Confira: dez parcelas de R$ 248, ou 13 parcelas de R$ 191, ou 16 parcelas de R$ 156.
Segundo o professor Nicodemos Filgueiras Junior, coordenador pedagógico da pós-graduação, esta é uma excelente oportunidade para todos os faixas-pretas e professores ampliarem seus horizontes por meio de um conhecimento acadêmico especializado, voltado especificamente para a docência do judô.
Pós-graduação no Judô
17 de fevereiro de 2021
Por ISABELA LEMOS I Fotos ARQUIVO
Curitiba – PR